A ética em Aristóteles possui uma finalidade
imprescindível, na medida em que ela serve de fio condutor que dá acesso à
felicidade, pois nossas atitudes devem buscar a felicidade através de boas amizades. O filósofo grego Aristóteles, pensava na amizade como uma ação virtuosa. Pessoas que não pautam a
vida na ética têm apenas cúmplices e não amigos. Uma vida sem amizade torna-se
uma vida vazia, ou seja, viver sem amigos verdadeiros é desperdiçar a vida.
Pessoas desonestas tem cúmplice. Para o humanista e filósofo francês Étienne de
La Boétie (1530-1563): “os maus não têm
amizades eles apenas se entre temem”. Segundo o historiador e educador Leandro
Karnal: “os maus amigos tem medo de uma
delação premiada”. A pessoa que tem um amigo não precisa se preocupar, pois
tem um aliado na luta pela democracia e justiça. Amigos são poucos e escasso ao
longo da vida.
Na verdade, quem se incomoda com o meu sucesso
não gosta de mim, não é meu amigo. Tem muitas pessoas andando por aí pregando amizade e falando de amor. Mas, de que amor estão falando se só fazem maldade? O fruto dessa
maldade, não vai trazer felicidade nenhuma sem ações éticas. O puro e
verdadeiro amor sempre grita mais forte e vence sempre, pela sua própria força.
A amizade pautada na ética é uma virtude necessária no compartilhamento do amor
e da felicidade. A justiça e a amizade possuem os mesmos fins, mas considera-se
a amizade superior a justiça, pois, a justiça é utilizada para contornar nossos
atos em relação ao próximo, que não conhecemos. Com os nossos amigos não
precisamos de justiça, pois a natureza da amizade nos é completa, como a mais
autêntica forma de justiça. Ser bom é ser justo.
No entanto, a amizade para os jovens, ajuda no sentido de
evitar erros, para os mais velhos, serve de amparo para as suas necessidades e
suprime as atividades que declinam com o passar dos anos, porque duas pessoas que andam
juntas, são mais capazes de agir e pensar com clareza. Por conta disso, afirma
Aristóteles: “A amizade não é apenas
necessária, mas também nobre, pois louvamos os homens que amam os seus amigos e
considera-se que uma das coisas mais nobre é ter muitos amigos. Ademais
pensamos que a bondade e a amizade encontram-se na mesma pessoa”. Porém, a
condição necessária e basilar para começar uma amizade, se da pelo “conhecimento” de uma a outra pessoa, que
desejam entre si reciprocamente o bem. Assim como a condição específica para
ser objeto de amor é ter um caráter bom, agradável e útil.
Portanto, a amizade perfeita é aquela que
existe entre pessoas éticas, que são boas e semelhantes na virtude, ou seja, há
a reciprocidade de caráter e de objetivos, consequentemente portará a tendência
de ser perene. Sua exigência peculiar resume-se em tempo e intimidade. De modo
que a verdadeira amizade é invulnerável a maldade e a fofoca. Mas a natureza da
amizade consiste muito mais em amar do que ser amado. Uma forma de pessoas
desiguais poderem ser amigas, sendo possível a igualdade entre elas. Sendo assim,
essa amizade que se forma entre pessoas diferentes, visa à igualdade e a
utilidade ética. Contudo, nosso emocional precisa de refresco e serão as
pessoas que nos amam sem ressalvas os calmantes especiais, que tornarão nossos
passos mais seguros. Nada como um delicioso café, com pessoas que admiramos e
respeitamos. Concluo com uma frase de Aristóteles que diz: “Podemos dizer que amar assemelha-se à
atividade, e ser amado à passividade: amar e ter várias formas de sentimentos
amistosos, é atributos dos homens mais ativos”.
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