Quando daqui algum tempo, espero que muito distante de hoje, chegastes
aos confins do azul do céu, guardastes justamente nos teus olhos toda cor deste
planeta, que enfeitou esse amor. Que alegrou a beleza dos rios e dos verdes
campos por onde pisou. E as canções de amor que ouvia no silêncio da noite,
venham tecidas no seu jeito de ser mulher. Nutrindo as lembranças de quem
prover. Lembranças que o tempo jamais apagará.
Hoje veio uma música a seguir teus passos e pude ver teu brilho, com cauda de um cometa alado que refulgisse os nossos preocupados corações. No balanço da
música, brincava com o nosso espaço, renovando os anos passados. A música
"Envelhecer", nos fala desse amor: “não quero morrer, pois
quero ver como será que deve ser envelhecer”. Amar é crescer
espiritualmente, mais que envelhecer.
A Deusa do Amor construiu em nossa morada um universo novo, em nosso
mundo pobre uma riqueza, que o tempo transformou em sinfonias. Com essa
musicalidade do seu corpo, é que renovo a gratidão de haurir tuas levezas,
minha razão se incendeia. Teus olhos é uma janela acesa de vida, que tritura as
ansiedades e acolhe gente que chora neste simples proseador.
Deixa o rio andar ou empurra um rio abstrato, mantendo as vidas da vida.
Rasga-me por dentro uma dor alexandrina, em espessidão de cores, cortes de
metal, em vagalhões de mar e luz, misturando o céu e a terra. Vinda de outras
vidas sangra-me o espírito que a espera. Sentimos uma dor que não dói, mas pode
ser fatal. “Poema à Deusa do Amor, foi pensado pelo filósofo, que enfeitiçado pelo o amor, agora descreve a sua dor”.
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