Temos
uma tendência a tratar muito mal as nossas emoções. Damos pouca importância aos
sentimentos nobres como é o caso das emoções. Desde nossa terá idade, somos permanentemente
adestrados para não sentir e nem expressar naturalmente as nossas emoções. Esta
é a educação que recebemos, principalmente em nosso ambiente familiar. Quantos
problemas de relacionamento poderiam ser evitados se soubéssemos lidar com as
emoções? Tendo em vista, que as emoções como medo, raiva, tristeza e alegria
fazem parte do desenvolvimento da nossa personalidade e contribuem diretamente
para a sobrevivência da espécie humana. Quanto bem direcionado serve para
impulsionar e proteger a pessoa de diversas situações de desespero no dia a
dia.
Entretanto,
a partir do momento em que não se sente livre para sentir o que se sente,
ficamos a mercê de doenças psicossomáticas. Significa a negação das emoções. É
não aceitar a nossa totalidade. Só que o fato de negarmos o que sentimos
não resolve, pois há em nós energia emocional contínua procurando uma forma de
ser liberada. Caso sejamos proibidos de expressar o amor que sentimos, podemos
acumular raiva, mágoas, ressentimentos ou desenvolver um sintoma físico. Sempre
dizemos não à felicidade que insiste em bater a nossa porta. Pois vivemos com
medo, e viver com medo é viver pela metade. As pessoas tem permissão para
sentirem, mas não para deixar claro esse sentimento. O que vão pensar de mim os
outros? Ou então, permite-se sentir, falar, mas não agir em função do que
sente. De modo que o sentimento fica dissociado da nossa conduta, muitas vezes
por não ter aprendido a tomar decisões baseadas nas emoções.
Porém,
agir no impulso das emoções, sem controle é típico de quem coleciona
determinadas frustrações, segundo os especialistas e estudiosos do assunto. No
caso do amor essas emoções reprimidas, quando explode desencadeia nos chamados
crimes passionais. Todavia, uma ação baseada no impulso, embora caracterize uma
liberdade maior, não é isenta de problemas. Se for raiva contida, a pessoa
explode não se importando onde ou com quem. Se for medo, a pessoa paralisa ou
foge, agindo impulsivamente. É um indicador considerável que a pessoa tem um
problema emocional de fato. No entanto, a criatividade, a empatia, a
sensibilidade, a plenitude de viver estão associados à recuperação da
capacidade de sentir e expressar essas emoções.
É
nesta habilidade social que se exige um aprendizado mais apurado. Aprender em
primeiro lugar a nos conhecer profundamente e a partir daí, compreender o
outro. Conviver é estabelecer com o meu próximo, uma relação de empatia e
compaixão. De modo que aprendemos a ler e a escrever, mas não aprendemos a
lidar com as nossas emoções. Vivemos entre discussões inúteis, faltamos com o
respeito no ambiente familiar, nas escolas e no trabalho. A maioria dos
relacionamentos afetivos é uma catástrofe do começo ao fim, uma insatisfação
evidente estampado no rosto de cada um. Que vem misturado com um ódio
espantoso. Talvez esteja aqui o começo de todas as loucuras humanas.
Portanto,
alguns estudos confirmam que oitenta por cento das pessoas que procuram
médicos, sofrem de doenças emocionais e trinta e sente por cento, sofrem de
doenças meramente imaginárias, isto é, imaginam uma doença e as têm com cem por
cento. São os denominados hipocondríacos. Aqui está somente uma pequena amostra do
quanto tratamos mal a nossa emoção. Contudo, os seres humanos tem a
possibilidade de melhorar e desenvolver suas emoções. A chamada inteligência
emocional pode ser desenvolvida, treinada e aprimorada por meio da construção
de novos hábitos, novas formas de pensar e se comportar. Vale lembra, que
quando discutimos com uma pessoa querida, deixamos o nosso coração se afastar
dela. As palavras que emitimos de forma pejorativa, vão aos poucos distanciando
esse ente querido. Pois, chegará um dia em que a distância é tanta que não
encontraremos mais o caminho de volta, para os braços desta amada pessoa.
Finalizo essa reflexão com uma frase do filósofo alemão Arthur Schopenharuer
(1788-1870): “quem vive deseja, quem
deseja sofre, logo, a vida é dor”.
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