Há
grande interesse de várias áreas de estudos pela filosofia, entre elas a
pedagogia, a linguística, a psicologia, a biologia entre outras, no entanto,
ainda para muitos alunos e para alguns profissionais destas áreas ela parece
tão distante e complicada, deixando grandes dúvidas sobre sua importância para
a formação do homem na sua totalidade. Na pedagogia que tem como objeto a
educação, a filosofia tem grande valor, e é nesta perspectiva que este trabalho
irá direcionar seu olhar. Ao fazer a leitura do texto: “A Contribuição da Filosofia para a Educação” do filósofo e educador
Antônio Joaquim Severino, percebe-se que a filosofia e a educação são
interligadas desde suas origens, e a ligação entre as duas é de extrema
importância no momento de se refletir sobre a educação, mesmo que, a essa
relação hoje seja vista de forma deturpada, separada, desvinculadas uma da
outra o que tem dificultado muitos estudos nesta área. Pois se sabe que muitos
dos problemas que se tem hoje no campo educacional, só pode ser resolvido a
partir de uma abordagem filosófica.
Desde
o século VI antes de Cristo, quando ocorreu o surgimento da filosofia, ela foi
posta como uma nova ordem de pensamento. Nela, há liberdade de pensamento,
portanto, torna-se uma tarefa impossível encontrar uma definição pronta.
Encontraremos uma constante busca pelo aprender a filosofar. Como diz o
filósofo alemão Emmanuel Kant (1724-1804): “não
há filosofia que se possa aprender; só se aprende a filosofar”. O fato de
amar a sabedoria é entendido como reflexão do homem acerca da vida e do mundo.
Sendo assim, entenderemos que a filosofia não é o saber mesmo, ou seja, ciência
e sabedoria ao mesmo tempo, e sim, o desejo, a procura por este saber.
A
essência da filosofia é a procura do saber e não sua posse. Se for a procura e
não a posse, podemos dizer que o trabalho filosófico é um trabalho de reflexão.
A palavra reflexão vem do verbo latino “reflectere”,
que significa voltar atrás. Filosofar, portanto, significa retomar,
reconsiderar os dados disponíveis, revisar, examinar detidamente, prestar
atenção e analisar com cuidado. Com efeito, entendemos que a filosofia é o meio
pelo qual o homem se torna crítico, pois, é a partir do momento em que passa a
pensar, a refletir, analisar os conceitos da sociedade, que se vê como um
membro com possibilidade de viver e de alterar o funcionamento desta. Somente
assim que conseguimos expor ideias novas e interagir sobre o meio em que
vivemos.
No
entanto, a filosofia afirma que é a partir do convívio e da ação do homem com e
sobre a realidade, que ele se forma e se estrutura. Sendo assim, constata-se
que o senso comum a respeito da educação é o de uma formação fragmentária,
incoerente, desarticulada, enfim, totalmente desprovida de certeza.
Historicamente, pode-se ver que a educação vem sofrendo modificações, as quais,
por sua vez, visam torná-la mais adequada à realidade. Enquanto na consciência
filosófica acontece o contrário, pois, é uma concepção com total coerência,
unidade e articulação. E ainda fornece à educação uma reflexão sobre a
sociedade na qual está situada.
Entretanto,
compreende-se que a educação está aberta a questionamentos. Por isso,
acredita-se que a filosofia é uma das muitas alternativas para se tentar pensar
a educação como instrumento de transformação social. A reflexão filosófica
sobre a educação é que da o tom a pedagogia, garantindo-lhe a compreensão dos
valores que, hoje, direcionam a prática educacional e dos valores que deverão
orientá-la para o futuro. Então, se constata que a pedagogia nada mais é do que
uma concepção filosófica da educação, a qual deve ser exercida na práxis, para
obter seus melhores resultados.
A
relação da filosofia com a educação existe desde o mundo grego. Os filósofos
gregos, em busca da virtude humana, foram os que deram início às discussões
sobre a filosofia da educação e seu sentido no mundo. Pode-se dizer que a
filosofia da educação surgiu do forte vinculo entre a filosofia e a pedagogia
estabelecido no decorrer dos anos, pois a filosofia, preocupada com as formas
do conhecimento perfeito, orientou o homem segundo a razão, inferindo um pensamento
pedagógico que busca a perfeição. Presente na dicotomia e na relação que parece
animá-la, a filosofia da educação na segunda metade do século XX tematiza o
contraste entre cultura científica e cultura humanística.
A
diversificação, bastante clara nos últimos anos, permeia de um lado a filosofia
de cunho descritivo e, de outro, a filosofia de tipo histórico e ontológico.
Todavia, a filosofia da educação, no seu acontecer histórico, esclareceu muitas
dúvidas, contribuindo para transformações qualitativas na sociedade. Torna-se
importante retomar e discutir o sentido do filosofar nos cursos de formação de
professores, para que os futuros profissionais da educação possam atribuir
novos significados às práticas docentes. Acredita-se que a filosofia leva ao trabalho
de pensar, refletir, raciocinar e, assim, despertar o senso crítico e,
consequentemente, auxiliar a construir uma nova visão de sociedade, onde,
pressupõe-se que a educação é a principal responsável pelas transformações da
mesma.
Portanto,
a filosofia desperta no educador o interesse da busca de novos horizontes,
neles tem a oportunidade de refletir sobre a educação, nesta visão consegue-se
ultrapassar a mera busca de metodologia, didáticas e outros tipos de
sistematização para a pratica educativa. Começa-se a pensar e a buscar soluções
para as inquietações que surgem. A filosofia da educação torna-se importante
neste sentido, pois é por meio dela que teremos oportunidade ou buscaremos
conhecimentos que nos darão base para exercemos nossas profissões com
responsabilidades. Todo educador deveria buscar estes conhecimentos e conhecer
realmente o sentido de educação e sua relação com a filosofia. A reflexão
filosófica sobre a educação é que da o tom a pedagogia, garantindo-lhe a
compreensão dos valores que, hoje, direcionam a prática educacional e dos
valores que deverão orientá-la para o futuro. Contudo, acredito que é essencial
a busca pelo conhecimento filosófico, pois ele consegue envolver o educador
plenamente na busca de resposta e de soluções em sua prática educativa.
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