Ao
longo dos anos aconteceram importantes transformações em nossa linguagem, em
nossa fala e principalmente em nossa escrita. Vale lembrar, que a palavra é um
símbolo que expressa uma ideia, e está intrinsecamente relacionada com nossa
mente. A mente, por sua vez, está relacionada diretamente com nossos
sentimentos, com nosso corpo, com nossas atitudes e com nossas ações. A palavra
escrita ou falada tem grande influência na maneira como vivemos, pois é através
dela que a maioria das pessoas se comunica com os dois mundos: “interno e externo”. Mas as palavras não
são apenas palavras; não são sons ou sinais aleatórios desconectados da
interioridade humana.
Palavras
são nomes de pensamentos e emoções, são definições de decisões humanas. Com as
palavras provocamos guerras ou tornamos mais compreensível e justo o mundo no
qual vivemos. A guerra e a paz sempre estiveram dependuradas em fios da
linguagem humana, em declarações de tumultuo ou serenidade. Cada ser humano
pode passar pela vida como um traste qualquer ou como uma folha seca que voa
como um nada enlouquecido ao sabor da ventania. Mas, felizmente há pessoas
atentas ao sentido de viver e de estar no mundo; estas participam
responsavelmente da vida e se esforçam por uma melhor qualidade do viver e
conviver.
A
força do poder não está no poder da força e sim no poder da palavra. Nunca
duvidemos da força das palavras, as quais podem ferir e matar tanto quanto são
capazes de gerar, para todos nós, vida em abundância, com paz e amor. Como
argumenta o filósofo e educador Régis de Morais: “recuperemos, com mente clara, tudo que foi despedaçado e traído pela
insanidade das nossas sociedades; resgatemos o que foi espezinhado e triturado,
nas melhores expressões da nossa linguagem”. Cada pessoa de boa vontade pode
fazer a sua parte, de sorte que, cada luz que se acender, um tanto de escuridão
fugirá e sem dúvida aumentará a luz que nos ilumina e nos faz mais humano.
Conta-se
que Madre Tereza de Calcutá acompanhava a agonia de um velhinho, auxiliando
aquela pobre criatura a morrer com a caridade humana à sua volta. Então, um
indiano dito intelectualizado disse à Madre: “O que a senhora está fazendo não tem valor nenhum. Por toda a Índia,
milhões de idosos miseráveis estarão morrendo agora. O que a senhora faz é como
uma gota no oceano”. Aquela mulher ímpar respondeu ao seu crítico: “O senhor tem razão. O que eu faço agora é
uma gota no oceano. Mas... o oceano não é feito de gotas?”
A
minha pequena contribuição no livro: “Para
Ler e Pensar é Só Começar”, foi uma tentativa de levar o leitor a refletir
sobre todas as questões apontadas e levantadas ao longo dessa leitura. Até
porque, nenhuma de suas linhas foi escrita desconectada da nossa realidade.
Portanto, aqui nada ensinei ou pretendi ensinar. Apenas refleti em nome desta
luz, que está em todos nós, ou seja, compartilhei sentimentos, traduzi em palavras
o que está no pensamento coletivo. Concluo esta reflexão com uma frase do
escritor russo Leon Tolstoi (1828-1910), pois, ele traduz magnificamente o que
sentimos: “Não existe grandeza onde não
existe humildade, bondade e verdade”.
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