A
educação é o percurso de nossas vidas. Na escola, onde passamos grande parte de
nossa formação educacional, aprendemos ou deveríamos aprender a compartilhar
conhecimentos, a dividir brinquedos e brincadeiras, a pesquisar com diversos
recursos, a falar e a ouvir. Nesta sociedade de consumo, de valores associados
à perfeição, à produção em série e lucrativa, estamos deixando de fazer amigos,
deixando de lado aquela conversa agradável no fim da tarde, após um dia de
trabalho. Nesta urgência de repensarmos aonde vamos chegar com tanta produção é
que a educação reconstrói o seu papel fundamental: o de formar valores,
socializar, trilhar um caminho de conquistas para seus educando e educadores
como dizia Paulo Freire.
Quem
melhor do que o professor, este agente da aprendizagem, para desenvolver essas
habilidades juntos a seus alunos? O professor sempre ocupou lugar privilegiado,
pois têm acesso as possibilidades de mudança dessa cruel realidade instituída.
Cabe a ele a tarefa de educar verdadeiramente, sabendo escutar o aluno,
respeitando-o em seus desejos, fazendo-se “sedutor”
para ser ouvido, divulgar valores positivos através de sua fala e ações.
Dimensionando seu poder de atuação, os professores podem agir mais atentamente.
Podem ajudar seus alunos no aprendizado da tolerância, na capacidade de ouvir e
de se fazerem ouvidos, no respeito às regras do outro, no convívio em
sociedade, nas ações para a melhoria da sua escola, da sua cidade, do seu país.
Sendo bom ouvinte, o professor vai formar bons ouvintes, com seu exemplo. Sendo
amável, seu aluno saberá muito mais da arte das boas maneiras no trato com as
pessoas. Sendo o mestre comunicativo, verá florescer alunos criativos,
falantes, dinâmicos na tarefa da expressão.
Entretanto,
queremos acreditar que nesse momento atual, a escola nos da esperança de novas
relações. Esperança de uma geração que saiba dividir mais o seu pão e estragar
menos comida, consumir com mais moderação e ostentar menos roupas e tênis da
moda, respeitar os mais velhos e amar o seu próximo como a si mesmo. O
professor pode proporcionar que o aluno reconheça o seu interesse em modificar
esta realidade, falando com mais docilidade, sendo mais solícito, amável e
prestativo, menos competitivo e rude. O professor pode deixar que os alunos vejam
o seu melhor: o seu poder de falar e ouvir a todos, com amor e afeição. Afinal,
é isso que nos alimenta no desejo de aprender. No entanto, os estudantes na sua
maioria conferem ao professor um saber, que o mesmo deve usufruir desta
posição, sem tornar-se autoritário, aquele que acha que, quem pode manda e quem
tem juízo obedece. Sendo o professor um investigador de comportamentos,
atitudes e aprendizagem, o deve saber ouvir e entender o que os alunos precisam
compreender, ou seja, nas fases de desenvolvimento deles para melhor planejar suas
aulas.
Portanto,
ter amor pela educação é não ser passivo. Amar é olhar nos olhos, dizer as
necessidades, compartilhar medos e tristezas, relatar alegrias, chamar a
atenção, indicar o caminho certo quando o outro insiste em ir pelo lado errado.
Amar pelo prazer de educar exige muitos cuidados, exige zelo e trabalho. Amar a
educação é acima de tudo, deixar aflorar o carisma, ou seja, aquilo que há de
melhor na pessoa: suas potencialidades e habilidades. Contudo, o professor e os
alunos serão apaixonados pelo que fazem juntos e isso gera um círculo virtuoso
para todas as relações humanas. Enfim, a escola é o lugar onde se faz amigos.
Escola é, sobretudo, gente. Gente que trabalha e que estuda, que transmite
alegria, que se conhecem e que se estimam.
Texto muito importante para todas as idades ler !Parabéns Professor Eduardo muito bom !
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