Todos nós gostamos de
abraçar e tocar nosso próximo, mas tocar com amor é uma raridade na sociedade
contemporânea. Abraçar ou tocar o outro com mais amor é uma experiência de
contato profundamente humano e extremamente enriquecedor que une os amantes e
fortalece a relação, porque nos da chance de partilhar experiências inefáveis.
E o sexo é uma das formas mais completas de toque. Segundo alguns
pesquisadores, o tato é a linguagem específica do sexo.
Entretanto, tocar significa
estimular certos receptores sensoriais da pele, propiciando as excitações
adequadas ao orgasmo durante o intercurso sexual para homens e mulheres. Nas
mulheres, por exemplo, os pelos pubianos, quando estimulados em sua base,
servem para produzir certas alterações quimiocondutoras nas terminações
nervosas, que inervam diretamente a pele, que induzem a uma intensificação da
excitação sexual. Além de proteger o órgão genital feminino. Por outro lado,
algumas mulheres buscam freneticamente no contato físico, compensação para as
suas inseguranças emocionais. Esse tipo de comportamento pode enfraquecer as
relações afetivas.
Para os orientais, o amor
entre duas pessoas realizado através do ato sexual é uma expressão da
existência de elevada qualidade, a mais completa forma de toque, que permite ao
ser humano a vivência do êxtase cósmico e com ele a percepção da sua
transcendência. Por isso dedicam-se a praticar gesto e movimento com a
finalidade de tornar o ato sexual mais demorado. No Kama Sutra, livro sagrado dos brâmanes da Índia, publicado cinco
mil anos antes Cristo, já se manifestava a preocupação de favorecer o prazer,
indicando sessenta e quatro posturas favorecedoras da sexualidade com maior integração
entre homem e mulher. Uma forma de prolongar o prazer sexual.
Segundo o autor do Kama
Sutra, o filósofo indiano Vatzyayana, que viveu entre os séculos IV e VI antes
de Cristo, compilou inúmeras sugestões a fim de que os seres humanos de seu
tempo tirassem o melhor proveito das experiências sexuais através de um estado
de relaxamento e gozo intenso. Tendo em vista, que o sexo não é apenas um em si
mesmo, é uma energia vibrante e poderosa que nos leva ao estado de
transcendência e sabedoria. É o viver um no outro. Isso reforça o velho
conhecimento tântrico, prática chinesa milenar, bem como outros conhecimentos
orientais, ampliando o estado de felicidade e serenidade que experimentam os
amantes.
São raríssimos os casais em
que o sentimento extasiante se revela, numa atração que acontece, como entre dois
polos de um imã. É evidente a necessidade de unificação, fusão. Por isso que
ambos querem ficar juntos, unidos durante horas seguidas. Buscam cumprir a lei
de afinidade na qual o amor tem como objetivo interligar os seres amados em todos
os níveis: desde corporal, mental e espiritual. A partir daí, a transcendência,
isto é, a consciência entre os amantes pode ser vivenciada intensamente.
Portanto, é uma explosão de
galáxias. O êxtase cósmico. É o big-bang dos apaixonados. Eu diria: a inundação
da autoconsciência. Há um alumbramento. Os amantes tornam-se iluminados. Ficam mais belos. Por isso
é impossível esconder o estado amoroso quando ele acontece. Durante os
relacionamentos orgásticos, as energias positivas emanadas da dupla amorosa
evadem-se e beneficiam o ambiente, deixando um clima de alegria e bem estar.
Não há espaço para insegurança. Contudo, experiência como essa ainda é incomum
em nossa civilização. É bom que se diga que não tem nada a ver com
promiscuidade ou sexo como descarga de tensão ou sofisticação. Toda a nossa
vida é uma busca de amor;
entretanto, poucos estão preparados para a entrega e doação que esse ato exige.
Amor de verdade não se encontra fácil por aí todos os dias. Para descobrir amor
demanda sensibilidade. O amor deixa a pessoa mais plena, leve e conciliada com
a vida e com a Divindade Cósmica.
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