Segundo
o filósofo grego Aristóteles (384-322), escreveu em seu ensaio “A Metafísica”, que a virtude leva à
beleza, ou seja, a beleza transborda porque vem da virtude. Quando há uma
beleza interna e é praticada exemplarmente, a condição humana assimila e
transborda isso em beleza real. Pode haver ou não a beleza inata neste corpo,
desde que haja uma alma virtuosa, quando ela transborda, vai harmonizar as
possíveis imperfeições deste corpo. Se já havia beleza neste corpo, vai
tornar-se muito mais luminoso e radiante.
De
modo que, o desenvolvimento da virtude, naturalmente leva à beleza,
independente do corpo físico ou qualquer outro elemento que ele possa ter. É
curioso como nós temos uma percepção alterada da aparência das pessoas, quando
sabemos da bondade e da generosidade que elas tem. Mesmo aquelas pessoas com
sinais acentuados de velhice. Não podemos deixar de olhar com a alma, sem
deixar de ter aquele sentimento de ternura e carinho, que normalmente temos
diante da beleza física.
Se
ampliarmos um pouco mais essa noção de beleza, não só para a divindade teológica,
mas também para aquilo que existe de divino dentro nós. Na verdade, o divino
que existe em nós, nos conduz de alguma maneira, ao ocupar esse espaço, quando
ele transparece fisicamente, esse é o momento em que a essência entra na
existência, ou seja, reflete no mundo físico a sua beleza interior. Desse modo,
da ao homem a possibilidade da beleza real e profunda.
Porém,
a beleza real e profunda, vem da divindade e pertence ao ser humano. Sendo
assim, a beleza física não pertence ao ser humano, pertence a um ciclo de vida
e nada impedirá o tempo de tomar isso de nós. Veja por exemplo; o ator e
cineasta francês Alain Delon (1935), a
sua beleza física transformou-o em símbolo sexual dos anos 60 e 70. Contudo,
hoje em 2022, o filho do ator, Anthony Delon (1964), confirmou via um post no
Instagram que seu pai estava se preparando para um suicídio assistido, que é
permitido na Suíça, atual país em que o ator mora. Segundo o próprio ator, ele estaria cansado da
vida e da velhice, já que sofreu dois AVCs, o qual o deixaram bem debilitado.
No
entanto, a beleza metafísica como propriedade do ser humano, continua
inteiramente sob o seu poder, porque vem da alma. Nada que seja realmente seu
pode ser tirado. De modo que essa beleza real, naturalmente pertence a essência
humana. Na Idade Média falava-se que a beleza só era alcançada através de Deus,
ou seja, a beleza é uma propriedade de Deus, e só quando o homem se coloca a
serviço do Criador, recebe alguma espécie de iluminação.
Portanto,
conta a lenda, que uma mulher jovem era tida como atraente e uma mulher bela e
inteligente, era a mulher que detinha algo de sabedoria. Porque essa beleza
metafísica tem um caráter de legitimidade, muito maior do que aquele que é uma
mera conjunção genética associada a uma idade da vida. Contudo, a beleza
interior fica para sempre e a física o tempo leva, mais ou menos depressa. É o
caso citado acima, do ator Alain Delon. Não podemos esquecer que o tempo é
implacável com a beleza física. Não há controle científico e humano que resolva.
Essa beleza não nos pertence!
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