O
existir por si só já é algo misterioso. Afinal, quem somos nós? Qual o sentido
da nossa vida, num mundo de tanta indiferença? O que significa dizer que somos
livres? E até que ponto nós podemos
conhecer essa realidade? Aqui está a nossa existência em cheque. Pois tais
interrogações, dentre tantas outras, incidem sobre a compreensão que possamos
ter da nossa vida. Assim como, das nossas relações com os outros, que afetam
diretamente a nossa visão de mundo. Somos um ser que possui liberdade de
escolha. Mas, em contrapartida essa mesma liberdade gera em nós uma angústia
existencial.
Negamos
e recusamos em aceitar a realidade dos fatos, pois a verdade pode ser dolorosa
demais para o indivíduo conseguir aceitar e lidar com ela. Esse mecanismo pode
acontecer em qualquer situação, como por exemplo o indivíduo que afirma beber
apenas socialmente, quando, na realidade, possui uma compulsão, pois na hora de
encarar episódios traumáticos, ele se entrega ao vício para poder apaziguar o
sentimento. Alguns indivíduos optam por negar o ocorrido para que as
consequências negativas daquela situação não se perpetue ao longo de sua vida.
Portanto,
a angústia não é uma doença psicológica, mas somente a contrapartida necessária
da tomada de consciência da liberdade. Diante da angústia não há o que temer,
nem o que curar; a angústia é a abertura na qual nós nos encontramos diante da
possibilidade, e com isso nos envolvemos como único “Ser” que pode dar sentido ao que faz parte da nossa existência. A
angústia representa uma desmistificação do mundo, pois é a partir dela que nós
podemos captar que os valores do mundo não são dados, mas constituídos por nós.
Dessa maneira, a vida torna-se um mistério e ao mesmo tempo um desafio para nós
mortais.
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