Gosto muito de apreciar o contato com a natureza.
Admiro-te e respeito, natureza gentil, não como irmã, mas, como mãe de todos. É
do teu seio que sai o nosso alimento. Não lhe admiro como o filósofo pagão de
Atenas, mas, como um poeta cristão de Assis (faço referências a São Francisco
de Assis, amante da natureza – Itália). Não te chamo como os panteístas, irmã
natureza, porque nasci com sabedoria e sensibilidade, chamo-te como um teísta,
porque temos o mesmo “Pai”. Inspira o meu viver, com o teu toque de poder minha
mãe natureza.
Mãe e amiga natureza gentil que sempre me foste.
Sábia mãe natureza, quando a deslealdade e falta de respeito das pessoas me
envenenam a vida. Quando os Iscariotes me atraiçoam e fariseus me exploram.
Quando de mim desertam amigos, porque de mim desertou o prestigio material.
Enquanto minha alma grita por justiça, destempera a harmonia da vida. Reúno
forças em sua sabedoria e sensibilidade. Na sua imensa sabedoria sempre nos
aponta uma saída genial. No entardecer da mata, na sinfonia dos bichos na
morada da mãe natureza faço minha casa, dos arbustos meu abrigo, da cachoeira
minhas vestes, do céu meu infinito, aonde o fogo nos aproxima trazendo a tona
meus instintos, em mil anos não poderia explicar o prazer de acampar.
Então mãe natureza, eu me refugio em teus braços
acolhedor. Entro no silencioso santuário da tua verde catedral. No meu silêncio
consigo exprimir as minhas dores e fraquezas. Sinto que na essência estamos
muito próximos. Pois todas as pessoas que amam na essência, deveriam
aprender a perdoar, entender que somos limitados e falíveis em nossas ações. Erramos
por querer acertar. Sábia mãe natureza, sempre que entro em contato com sua
essência me sinto amparado neste amor incomensurável.
Nesse momento que estou interagindo com a mãe
natureza, essa mística atmosfera de tua solene quietude, algo me chama a
atenção. Por entre o incenso que teus cálices vivos exalam. Por entre os hinos
que teus cantores entoam. Por entre a liturgia multicor que tuas falhas
ostentam ao som da música que os ventos dedilham nas harpas dos galhos ao ritmo
suave dessa brisa que cadência o meu corpo. Nesse momento sinto o meu ser
invadido pelo sopro da divindade cósmica. Agradeço ao universo, à força da vida
e à mãe natureza.
Sonho feliz que tua alma sonha nos dias estivos,
nas noites de luar. Minha alma ainda enferma restabelece aos poucos, entre teus
braços natureza mãe. Cicatrizam um pouco as chagas vivas do meu coração.
Distendem-se aliviados, os nervos tensos de dor. Cessa o ruído do sangue nas
delatadas veias do meu corpo. E a minha alma conversa com a tua alma natureza gentil.
Elas se estendem nesse colóquio silencioso, porque falam a língua do "Pai".
Esse "Ser" que nos criou para vivermos em harmonia.
Sei que não é Deusa, mas sei que é mensageira "Divina".
Sabia natureza de sublime e elevada grandeza, amiga querida do "Eterno",
servidora do "Onipotente".
Portanto, sempre será por mim admirada e respeita,
pois é sincera e fiel, acolhedora e íntima, querida mãe natureza, que muito me
inspira quando estou em teus braços. De mãos dadas vamos sentir a presença e a
manifestação da "Divindade" tocando delicadamente
a nossa "Essência". Contudo, vou seguir os caminhos da mãe
natureza, sem rancor pessoal, sem vingança ou algo parecido. Agradeço cada
recomeço, por mais difícil que seja porque viver bem, muitas vezes, é só uma
questão de recomeçar, reaprender, reciclar-se. Continuo consolidando o “respeito”
e o “amor” que tenho pela mãe natureza. Em sintonia com o "Ser
Universal". Admirável e sábia mãe natureza.