Segundo
o médico, alquimista e astrólogo suiço-alemão Paracelso (1493-1541), dizia: “Quem nada conhece nada ama. Quem nada pode fazer
nada compreende. Quem nada compreende nada vale. Mas quem compreende também
ama, observa e vê. Quanto mais conhecimento houver inerente numa coisa, tanto
maior o amor. Aquele que imagina que todos os frutos amadurecem ao mesmo tempo,
como as cerejas, nada sabe a respeito das uvas”. Amar é simples, difícil é
encontrar a pessoa certa para amar ou pelo qual ser amado. Tendo em vista, que
a maior necessidade do homem é evitar a angustia da separação, abandonar o
sentimento de solidão e isolamento. No entanto, a falência absoluta em alcançar
esse alvo significa loucura, porque o pânico do isolamento completo, só pode
ser ultrapassado por um afastamento do mundo exterior, de tal modo radical que
o sentimento da separação desapareça. Porque o mundo exterior, de que se está separado,
também desapareceu. Então, como sentir-se livre para experimentar o amor?
Analisando
o amor sob a ótica de Erich Fromm, fica claro para nós mortais, que o amor é a
única resposta sadia e satisfatória para o problema da existência humana. É o
amor uma arte ou só uma sensação agradável? Se o amor é uma arte, exige
conhecimento e esforço. Porque toda arte demanda interpretação e conhecimento.
Sendo o amor só uma sensação agradável, como aquela experimentada ao acaso nos
encontros casuais nas noites de happy hour (em português = hora feliz). Isto é,
uma sensação de prazer facilmente confundida com a paixão, que passa rápido.
Sendo assim, como posso ser livre para sentir o que sinto? É comum entre homens
e mulheres, procurar desenvolver maneiras agradáveis e gentis, conversas
interessantes, serem prestativos, modestos e inofensivos. Ou seja, os mesmos
modos usados para conseguir sucesso, fazer amigos ou influenciar pessoas.
Enfim, o que se considera comumente ser amável é uma mistura de ser popular e
possuir certos dotes de sedução para impressionar o outro.
Entretanto, a partir do momento em que não se sente livre para
sentir o que se sente, fica-se à mercê de doenças psicossomáticas. Significa a
negação das emoções. É não se aceitar na sua totalidade. Só que o fato de
negarmos o que sentimos não resolve, pois há em nós energia emocional continua
procurando uma forma de ser liberada. Se formos proibidos de expressar o amor
que sentimos, podemos acumular raiva, mágoas, ressentimentos ou desenvolver
sintomas físicos. Veja o absurdo disso, posso sentir,
porém não posso expressar. Por medo da felicidade que bate em nossa porta.
Pois, viver com medo é viver pela metade. Isto contém um grau muito limitado de
liberdade. A pessoa tem permissão para sentir, mas não para deixar claro esse
sentimento. O que vão pensar de mim se mostrar isto? Ou então, ela se permite
sentir, falar, mas não agir em função do que sente. Seu sentimento fica
dissociado da conduta, muitas vezes por não ter aprendido a tomar decisões
baseadas em suas emoções.
Agir no impulso da emoção, sem controle é típico de quem coleciona
determinadas emoções segundo a psicóloga e educadora Ana Maria Cohen, que
acrescenta. “Pode-se trocá-las por explosões,
brigas, vingança ou mesmo homicídio e suicídio”. No caso do amor essas
emoções reprimidas, quando explode desencadeia nos chamados crimes passionais. A
ação baseada no impulso, embora caracterize uma liberdade maior, não é isenta
de problemas. Se tiver raiva contida, explode, não importando onde ou com quem.
Se tiver medo, paralisa ou foge, agindo impulsivamente. Isso já é um
indicador que a pessoa tem um problema de fato.
Portanto, sentir, verbalizar e agir quando conveniente,
respeitando a si e ao outro, é o próximo passo na direção da liberdade
emocional. E acontece quando, ao sentir e poder verbalizar, a pessoa resolve se
é conveniente ou não manifestar a emoção e qual a melhor forma de fazê-lo.
Contudo, existe uma relação de magnetismo entre as pessoas, uma atração
instintiva e pontual, pela qual somos tomados por um desejo enorme de prazer em
estar com os outros. É através desse impulso instintivo que nasce o amor, no
mais profundo recôndito do nosso inconsciente onde a razão e a reflexão não têm
absolutamente nenhum acesso. Por conseguinte, se as famílias e a sociedade em
geral negar essa vontade de vida e de viver, no amor instintivo essa vontade é
afirmada perante os humanos. Sendo o amor à manifestação viva dessa vontade de
viver.
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