Para
compreender o sentido do amor, é importante gravar a fogo e a ferro bem dentro
da alma, esta verdade máxima da vida: “Só se compreende integralmente, o que se
ama com entusiasmo e ardor”. É esta a síntese de toda filosofia, se a não
compreenderes não compreenderás a alma da vida. Pode uma verdade ser
meridianamente clara, se não te for simpática ao coração, irá parecer obscura
como as noites frias de inverno.
Pode
uma ideia ser absurda e paradoxal como um aborto no hospício, se tiver por
aliados o coração e a alma, não faltará quem a proclame como a quintessência da
sabedoria. Dizem os filósofos que o "querer"
segue ao "entender" com a força da
razão, no plano do universo cósmico. A natureza na sua imensa sabedoria, aceita
e conhece essas razões.
Mas,
na vida prática, a verdade mal entendida só tornará plenamente entendida e de
todo compreendida, depois de amada e querida de todo o coração, de toda a alma e
com todas as forças do nosso "ser".
Todavia, quem ama perdoa, se alguma verdade sobre o amor quiser realmente
compreender, importa que ames e viva essa verdade na sua essência. Que abraces
com o coração, ao mesmo tempo em que analisas com a inteligência. Só de um
grande entusiasmo afetivo nascerá uma grande claridade compreensiva.
Importa
que o amor te seja algo querido e íntimo, quase uma parte de si mesmo. Que
circule nas artérias de teu espírito. Que lavre nas profundezas de tua alma.
Que vibre nas pulsações do teu coração. Que arda na cadência do teu "ser". Só assim, compreenderás cabalmente
as grandes verdades da vida. Vivendo, amando, sofrendo essa verdade do amor.
Pode
um cego de nascença decorar todas as teorias sobre a luz, pode saber que a luz
consiste em vibrações do éter, mas nunca compreenderá bem o que é a luz se a
não ver com os seus próprios olhos e viver com a alma. Pode um surdo nato ler a
descrição minuciosa de uma sinfonia de Ludwig van Beethoven (1770-1827) ou de uma ópera do maestro Richard Wagner (1813-1883), mas
nunca formará ideia do que sejam na realidade essas maravilhas musicais.
Portanto, se queremos viver um relacionamento gostoso, porém verdadeiro,
seja no trabalho, no namoro, ou em poucas horas ao lado de alguém especial,
devemos aprender a nos aceitar como somos e olhar para o outro, como um
caminho para o crescimento. Estar com alguém plenamente é a possibilidade de
vencer o medo da entrega e de se conhecer no íntimo. Conviver com alguém que
amamos é o mesmo que comprar um imenso espelho da alma, no qual, nos mostra
como somos sem piedade. Ao invés de encarar a verdade e de ver a imagem temida
do eu verdadeiro, então quebramos o espelho. Fugindo da intimidade, culpando o
outro, não assumindo as próprias responsabilidades e desacreditando o "amor". Contudo, viver com quem se ama
não é apenas uma oportunidade de conhecer o outro, mas é a maior chance de entrar
em contato consigo mesmo. Compreender meu semelhante é mergulhar na "essência da
vida".
Nenhum comentário:
Postar um comentário