Muitas pessoas sentem
forte atração sexual e confundem isso com amor. Elas ficam tão excitadas com
seu objeto de prazer, tão ligadas a essa pessoa, que tem certeza de que isso é
o que estava esperando. Para muitas pessoas o outro é tão perfeito em tudo,
corresponde exatamente à imagem que elas fantasiaram durante anos. Acham que
finalmente encontraram a pessoa certa para amá-la livremente para sempre. Ou
pelo menos por um longo tempo. Na verdade, é a mesma coisa. Basta ter um belo
corpo, ser sensual, másculo, excitante e forte. Acreditam que tudo isso é
sinônimo de amor.
O sexo é um ato
biológico natural excitante e nós vivemos numa época de grande liberdade e
abertura sexual, os meios de comunicação estão aí para comprovar. Então, por
que não? Porque sexo e amor são completamente distintos. Não fazem parte do
mesmo impulso. Sexo é um fenômeno físico e o amor é um fenômeno espiritual. O
físico, alimentamos e o espiritual, cultivamos. O amor não é uma moeda de trocas,
não é uma mercadoria. Amor é uma relação espiritual, sexo é puramente contato
físico e instintivo. Não há nenhuma razão particular, exceto que, embora a excitação
seja poderosa e aliviá-la faça nos sentir-se bem, contudo, não é amor.
Especialmente se o combinado é dar para receber, como se diz: “Te amarei e
serei simpático se você me amar e for simpática comigo”. Papo de machão com
feminista apaixonada.
Muito dessa confusão
sobre amor e sexo provém da maneira esquisita que usamos para falar de sexo.
Dizemos ao outro: “quero fazer amor com você”, como se tivéssemos o poder de
criar e manipular o amor. Não podemos fazer amor, podemos apenas permutar o
amor que já existe em cada um de nós. Também não podemos falar de amor livre,
como se ele estivesse por aí para ser desfrutado. No sexo casual, não é o amor
que é livre, mas sim o corpo de quem permite o desfrute.
A confusão entre sexo
e amor também se origina da natureza da atividade. Para a psicóloga e
educadora, Aline Purvinis Musolino, o calor e a proximidade do corpo do amante
pode ativar a lembrança de estar junto ao seio da mãe ou nos braços protetor do
pai. Frequentemente, no ato sexual, os parceiros exclamarão na sua paixão
momentânea que se amam. O que eles amam é o momento que trouxe à memória o
sentimento de união com a mãe ou de sentir-se próximo do pai. Isso supondo, é
claro, que eles tiveram tal calor físico durante a infância. Algumas crianças,
nunca sentiram o calor do seio da mãe ou a força protetora dos braços do pai. Sem
essa importante experiência infantil de proximidade física, emocional e
espiritual, é quase impossível sentir esse momento, quanto mais desfrutar dessa
sexualidade adulta. Ou o amor adulto. Aqueles que não foram tratados com
ternura quando crianças acham impossível expressar ou receber carinho quando
adulto.
Entretanto, a
reestimulação dos sentimentos infantis no ato sexual ajuda a explicar como os
amantes podem ser tão apaixonados na cama e tão frios e pouco amorosos momentos
depois. Os chamados ficantes. Não é que eles necessariamente não gostem um do
outro, exceto pelo sexo. É mais exato dizer que a outra pessoa realmente não
importa, já que ela busca no sexo apenas, um substituto da mãe ou do pai, além
da necessidade biológica é claro. O fato é que essa pessoa quando criança, não
aprendeu amar. Assim aprendemos a pensar que amor é sexo, ou seja, um corpo sensual
que nos atrai e nada mais. Atualmente, parece que
quem dita às normas da conduta sexual são as indústrias pornográficas.
Aumentando a preocupação dos homens sobre o tamanho do pênis, porque afinal a
indústria pornográfica sugere que quanto maior, melhor. As mulheres preocupadas
em ter orgasmos múltiplos e, com isso, fingem orgasmo como nunca tiveram antes.
Tudo isso introduzido e criado pelos meios de comunicação de massa.
Infelizmente, isso traz um colorido fortemente acentuado de agressividade e
desrespeito pelo ser humano.
Portanto,
se tudo que sabemos fazer é simular o amor no sexo, estamos sujeitos a uma vida
vazia, marcada pelo sofrimento e solidão. O sexo é apenas um contato físico
pessoal em busca do prazer momentâneo, só no amor somos capazes de viver uma
relação interpessoal e espiritual com o outro. O mais curioso é que as pessoas
não percebem que num relacionamento, o mais importante é a descoberta desse
amor, desse aconchego que lhe basta. Aqui o sexo é consequência e não a causa.
As histórias que a maioria das pessoas associa com amor estão cheias de
frustração, conflito e corrupção. Contudo, descobrir o amor é mergulhar na
essência humana.
Concordo com você pois só a presença a companhia já nos basta : O mais curioso é que as pessoas não percebem que num relacionamento, o mais importante é a descoberta desse amor, desse aconchego que lhe basta. Aqui o sexo é consequência e não a causa. As histórias que a maioria das pessoas associa com amor estão cheias de frustração, conflito e corrupção. Contudo, descobrir o amor é mergulhar na essência humana.
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