Ao assumir uma relação de cumplicidade com outra pessoa,
seja no casamento ou entre namorados, ou seja, qualquer tipo de vida a dois em
comum, a pessoa esta abrindo para si mesma e para o seu parceiro a
possibilidade ou a chance de serem felizes juntos. Mas por trás dessa esperança
de harmonia existe uma dura realidade.
Entretanto, quanto mais os dois desejam permanecerem juntos,
mais eles brigam para mostrar quem tem mais razão e assumir o domínio da
relação. Para o psicoterapeuta e educador Harville Hendrix, que trabalha com psicoterapia
de casais, argumenta que as frustrações do casal originam-se de necessidades
não satisfeitas na infância e como à pessoa tenta inconscientemente removê-las
usando táticas infantis, provocando na relação um desgaste de sentimentos.
Todavia, se a pessoa não está recebendo o amor que esperava
do outro, o mais indicado para salvar a relação amorosa neste caso é a busca do
diálogo aberto e franco. Comunicar-se com clareza e respeito pelo outro.
Recorrer com maior precisão e sensibilidade. Abandonar atitudes chantagistas do
tipo: “é sua obrigação”, “você devia”, sinceramente não gostos dessas duas
palavrinhas, elas só servem para machucar a quem eu amo. Atitude como essa não
ajuda, só aumenta a dor um do outro e depois são palavras derrotistas e
pejorativas. Leva a pessoa a tratar o outro como objeto descartável, que usa e
joga fora quando achar não server mais.
A pessoa focaliza a energia no sentido de suprir as suas
necessidades e responsabilizando o seu amado pelas suas frustrações criadas por
expectativas não satisfeitas. Por outro lado, quando ambos promovem o diálogo
aberto e franco, com serenidade e confiança um no outro, percebem que aos
poucos a espiral decrescente da luta para mostrar quem tem razão, vai se
transformando num saudável processo de crescimento emocional e espiritual.
Entretanto, nenhuma pessoa é uma ilha. Ela carrega multidões, são crenças
introjetadas que colecionou ao longo de sua vida. Todas muito bem guardadas no
seu inconsciente.
Portanto, a vida a dois é uma viagem psicológica e emocional
que começa com o encantamento, no êxtase da atração, nesse emaranhado de
conflitos que trilhamos por caminho pedregoso da autodescoberta que vai
culminar na criação de uma união íntima, com a possibilidade de ser feliz e
terminar a vida se possível ao lado da pessoa amada. O fato de aproveitar ou
não todo o potencial que cada um tem, em busca dessa felicidade não depende da
habilidade da pessoa em atrair o parceiro perfeito. Depende da vontade de cada
pessoa em adquirir conhecimento sobre as áreas ocultas e obscuras de si mesmo,
para melhor compreender o outro. E assim transformar essa relação amorosa num
saudável processo de crescimento emocional e espiritual. Diminuindo a dor e promovendo o amor.
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