O
amor é a nossa imagem e manifestação da vida. Tanto no amor como na vida,
estamos sujeitos às mesmas revoluções e mudanças. A nossa existência é
resplandecente, permeada de momentos alegres e cheia de esperanças, pelo
simples fato de sermos felizes por amar. Este agradabilíssimo estado leva-nos a
procurar outros bens muito mais sólidos para continuar a viver.
Não
nos contentamos por estar vivo, considerando a vida com o fato de subsistirmos,
queremos progredir, ocupamo-nos com os meios para nos aperfeiçoarmos e para
assegurar a nossa boa sorte. Se houver amor melhora ainda, aumenta a nossa
esperança na vida. Amor e vida caminham juntos, nutrindo um ao outro, se por
algum motivo não for assim, não há prazer nas conquistas.
Tudo
está insatisfeito e sem vida, deixando a desejar. Esta incompletude é que nos
vai exterminando aos poucos. Como diz a música “Morro de Saudade” do poeta e compositor Gonzaguinha (1945-1991): “ó fantasia da minha vida, meu sonho gostoso,
meu gozo. Ó minha estrela, essa saudade me deixa assim tão nervoso”.
Procuramos
a proteção divina, mostrando-nos solícitos aos nossos semelhantes e não
aguentamos que outros queiram o mesmo que temos em vista. Será porque somos
egoístas? Este estímulo de continuar a existir acumula-nos de mil trabalhos e
esforços que logo se apagam quando alcançamos o desejado.
Todas
as nossas paixões ficam então satisfeitas e nem por sombras podemos imaginar
que a nossa felicidade tenha fim. No entanto, esta felicidade raramente dura
muito e fadiga-se da graça da novidade. Para possuirmos o que desejamos não
paramos de desejar mais e mais.
Habituamo-nos
ao que temos, mas os mesmos haveres não conservam o seu preço, como nem sempre
nos tocam do mesmo modo. Mas, há uma energia que nos impulsiona e nos toca
profundamente, impedindo de nos acomodar ou desistir. Nossa força poderosa que
nos mantêm vivos e atuantes está no amor e nesse impulso divino.
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