Amamos
uma pessoa não pela beleza que existe nela, mas pela beleza nossa que aparece
refletida nos olhos dela. Não amamos uma pessoa que fala bonito. Amamos uma
pessoa que nos escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa
e silenciosa escuta. E é nesta escuta que o amor nasce. E é o não escutar o
outro que amor termina.
O
amor vive no sutil fio da conversação. Balançando-se entre a boca e o ouvido.
Eu te amo porque no teu corpo outro objeto se revela. Teu corpo é lagoa
encantada onde reflexos nadam como peixes. O que as pessoas mais desejam é
alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar
conselhos. Sem que digam: “se eu fosse
você”.
Cartas
de amor são escritas não para dar notícias, não para contar nada, mas para que
mãos separadas se toquem ao tocarem a mesma folha de papel. O amor prefere a
luz das velas. Talvez seja isso, tudo que desejamos de uma pessoa amada: Que
ela seja luz suave que nos ajude a suportar o terror da noite. Sob a luz do
amor que ilumina modesta e pacientemente, assim sendo o escuro já não assusta tanto.
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