O
amor é um projeto que se abre ao infinito do outro, que nos faz sentir-se renovados,
a ponto de causar prazer íntimo ao outro e a nós mesmo no cumprimento de nossas
possibilidades mutuas, na serenidade e na luta por um viver juntos. Como a flor
que enfeita e embeleza a natureza, cabe a nós a preocupação ativa pela vida e
crescimento daquilo que amamos.
A
demonstração de amor requer mais do que beijos, sexo e palavras. Sentir-se
amado é sentir que a pessoa tem interesse real na nossa vida. Que zela pela
nossa felicidade. Que se preocupa quando as coisas não estão dando certo. Que
se coloca a disposição para ouvir nossas dúvidas. E que dá uma sacudida em nós
quando for preciso. O amor está sempre de braços abertos.
Ser
amado é ver que o outro lembra de coisas que nos contou a três anos atrás. É
ver como o outro fica triste quando você está triste. Sente-se amado aquele que
não vê transformada a mágoa em munição na hora da discussão. Sente-se amado
aquele que se sente aceito, que se sente inteiro. Aquele que sabe que tudo pode
ser dito e compreendido.
Sente-se
amado quem se sente seguro para ser exatamente como é. Sem inventar um
personagem para a relação. Pois, personagem nenhum se sustenta muito tempo. Sente-se
amado quem não ofega, mas suspira. Quem não levanta a voz, mas fala com
serenidade. Quem não concorda, mas escuta. Luto diariamente para compreender a
minha humanidade, para poder compreender o outro, quando me revelar que também
é humano.
Portanto,
por amor a minha essência que passou por tantas provações. Superei tantas
coisas. Enfrentei tantos gigantes. Gastei tempo pensando, tentando, caindo e
levantando. Recomecei incontáveis vezes. Sonhei e pouco realizei. Naufraguei em
dúvidas. Revelei segredos íntimos, sob pena de deixar-me vulnerável. Nada disso
foi fácil. Não tirei de letra, mas fiz um esforço enorme para aceitar o que eu
não podia mudar. Vivi todos os inícios e sobrevivi aos finais. Talvez hoje, por
sentir-me amado é que vivo em estado de poesia. (Parabéns pelo Dia dos Namorados)
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