A mulher foi durante muito tempo, bem treinada pelos
pais para ficar boazinha. Principalmente os pais autoritários frente uma filha
mais tímida ou uma mais dócil, marca profundamente essa autoridade. Quando a
mulher torna-se submissa, contida e que pouco aparece não se manifesta, ela
encontrará na sua vida amorosa, fatalmente alguém que irá dominá-la.
Com
a segunda Guerra Mundial, quando foi atingido o parque industrial, a mulher
entrou definitivamente no mercado de trabalho. Teve acesso a esta fonte de
poder. Poder ao qual me refiro, não é fonte de mando, é fonte de possibilidade.
A mulher se emancipou, tornou-se ela mesma em todos sentidos.
Certa
vez ouvi de uma menina de quatorze anos, que por conta de fofocas de vizinho,
falaram que ela estava sozinha com o namorando em casa, e parece que não havia
nada de concreto na história. Ela só estava na mesma casa, possivelmente com
outras amigas e com o moço que ela gostava em visita. Por causa dessa fofoca a
menina levou a surra da vida dela, ficou com equimose por todo o corpo.
Outra
moça com quase trinta anos, apanhou até os dezoito anos, cada vez que chegava
tarde em casa, mesmo que só estivesse com amigas. Um bom pai, preservando a
honra da filha, o nome da família a custa de pancada. Ainda hoje existem pais
assim, geradores de violência, convictos de que estão fazendo certo. Espanca a
filha e prepara para todas as desgraças que vem depois. Esse tipo de
comportamento delinquente ninguém aguenta.
Só
posso concluir, que a nossa educação é realmente feita para quebrar qualquer
personalidade. São as pessoas que perseguem pessoas. É na família que se forma
o opressor e oprimido, o machão e a submissa, a mulher objeto. Isso sem falar
que o macho padrão é muito precário, tem pouco interesse no lar, se entende mal
com criança, não trata muito bem a mulher. Tudo isto formado dentro da família,
mais precisamente na infância.
A
educação que garotos e rapazes recebem é mesmo para agir segundo um modelo
machista, certas tarefas são especificamente femininas e outras tantas
masculinas. Se uma mãe percebe um garoto brincando com bonecas e se
interessando por afazeres domésticos, fica preocupada. Acha que deve haver
alguma coisa errada com ele, isso quando não expõe o garoto a vexames perante
seus coleguinhas.
O
mesmo acontece com meninas que se metem a jogar futebol com os meninos e a
participar de suas brincadeiras mais violentas. Logo alguém lhe chama atenção.
Sempre o pai garantindo a boa educação do filho. Depois que casa a esposa
garante a história infeliz. Uma senhora de cinqüenta anos me contou a sua
história, que era uma catástrofe do começo ao fim. O melhor exemplo que
encontrei naquele momento, era de uma relação de sadomasoquismo.
Um
homem rico, porém pobre de espírito, que achava que pagando podia oprimir as
pessoas. Era ele quem pagava as despesas da casa. Minha pergunta é: ”por que uma mulher de cinquenta anos, fica
dentro de um casamento infeliz, aguentando todos esses anos?” Uma mulher
que tem posses. Como ainda hoje, tem pessoas que terminam nessas situações
infernais e ruins?
No
entanto, a cada dia me convenço, de que os atritos familiares são as principais
causas que enchem hospitais de doentes. Porque persiste por muitos anos, o caso
desta senhora ilustra bem, trinta e poucos anos de casada, desde o começo era
saco de pancada do marido. Que o marido seja estúpido, não é de se estranhar,
conheço muitos assim, que ela aguente já é um dado preocupante. Ela já estava
preparada, a filha bem educada pelo pai severo, que passou direto para o
marido, convidando aos abusos.
Contudo,
aprendi que o tempo nunca volta atrás e o futuro inventa novas emoções. É
melhor fazer alguma coisa, ao invés de não fazer nada. A primeira obrigação de
qualquer pessoa é reconquistar a sua vida, isto é, seguir os interesses vivos
que estão a sua frente. E agradecer a todos os deuses dizendo: “que maravilha estar aqui, como é bom viver,
como é bom ser Eu mesmo”.
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