Criar vínculos entre os seres vivos é uma forma de
harmonizar a vida. Atualmente milhares de pessoas das grandes cidades que podem
ter um pedaço de terra, preferem passar seus finais de semanas e feriados em
seus sítios. Infelizmente, muitos desses sitiantes são verdadeiros sitiados
porque vivem em voluntário “estado
de sítio”. O fato de não terem encontrado a sua natureza interior não os
deixa viver na simbiose com a alma da natureza exterior. Fugiram da poluição
material da cidade, mas carregam consigo e transferem para o campo e o mato a
sua poluição mental e espiritual. As pessoas no sitio lê jornal, tem televisão
a cabo ou parabólica, recebe visitas de amigas tagarelas e fofoqueiras, sinto
muito em dizer, mas, essas pessoas não sabem apreciar o contato com a natureza,
não é sitiante e sim um sitiado, um prisioneiro alienado e escravo do sistema
urbano.
Entretanto, o verdadeiro sitiante vai dormir cedo e
acorda cedo, com o cantar dos passarinhos, o nascer do sol, o cacarejar das
galinhas. Planta árvores frutíferas para si e sua família, que servirá também
de alimento para os passarinhos e outros animais. Quem gosta da terra não mata
animais silvestres e nem aprisiona passarinhos em gaiolas.
Porém, essas pequenas aves são mais felizes vivendo em liberdade, pois,
nos dão prazer em apreciá-las saltitando de galho em galho e cantando os seus
acordes entre árvores e rios. É a grande sinfonia da natureza e da nossa alma.
Isto é vida, isto é estabelecer vínculos com o meu “Eu cósmico”. O verdadeiro homem da terra convive com a alma de
todos os seres vivos. Ora, por que as relações humanas estão cada vez mais
difíceis, com tantos meios de comunicação? Pois estamos na era da ciência e da
técnica. Parece que o ser humano perdeu o seu referencial, cresceu em
tecnologia e atrofiou-se espiritualmente.
Há uma tendência muito forte nas relações humanas,
principalmente pela própria facilidade dos meios de comunicação disponível no
mundo contemporâneo. Nunca foi tão fácil se comunicar como nos dias de hoje.
Contudo, com a entrada da mulher no mercado de trabalho, facilitou ainda mais,
ou seja, a presença da mulher no ambiente do trabalho passou a erotizar e dar um
tom de sensualidade nesse espaço profissional. De certo modo, são muitas as
facilidades e oportunidades para o crescimento interpessoal. No entanto,
podemos dizer que é mais um espaço que nos foi oferecido para desenvolvermos
relacionamentos saudáveis pautados na lealdade. E mesmo assim, um grande
contingente de pessoas amarga a triste dificuldade para estabelecerem vínculos
amadurecidos e duradouros, nas suas relações profissionais ou afetivas. Talvez
por não confiarem na vida e no amor que supostamente possam estar sentindo ou
vivendo.
O envolvimento nas relações humanas depende muito da
forma como será conduzido, sobretudo, porque ele não para apenas no
envolvimento sexual muitas vezes para os apaixonados. Oferece grandes riscos na
medida em que vamos avançando, principalmente para quem ama e quer estabelecer
vínculos com o seu parceiro. Porém, antes de atingirmos esse estado de
amorosidade por todos os seres, precisamos estender nossas redes de relações
amorosas com aqueles que nos são mais próximos: parentes, amigos, companheiros
e parceiros evolutivos. Cada consciência que temos da nossa realidade nos
depara e indica uma possibilidade de despertamento para o amor a vida.
Portanto, a evidência de que o amor a vida é
essencial e nos impele para além do nosso micro universo, apontando para o “Eu cósmico” é que vai nos colocar em
igualdade e desmanchar as barreiras etnocêntricas, para avançar na compreensão
e distribuir a paz entre todos. Contudo, só o amor constitui a linguagem
universal eficaz para uma autentica e solida comunicação integralizadora.
Porém, só esse fenômeno amor tem poder de eliminar definitivamente as danosas
fronteiras entre as consciências poluídas e deterioradas pelo sistema
capitalista alienante. Enfim, se cada um de nós transformarmos a necessidade de
amar em compromisso de amor, as vivências amorosas poderão se tornar um fato
marcante em nossas vidas. Por isso que o amor é a chama da vida.
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