Sempre
que tenho oportunidade de conversar com pessoas receptivas e simpáticas, pergunto
se gostam de ler, caso a resposta seja afirmativa, ofereço um cartão meu, dando
a eles a oportunidade de conhecer o meu “Espaço Filosófico” que na
verdade, é um espaço de leitura de crônicas filosóficas. Ao ver o cartão, logo
vem à pergunta: “você é filósofo?”. “O que é filosofia?” O leitor
ocupado perguntará para que serve a filosofia. Pergunta vergonhosa, que não
fazemos ao poeta, para que serve a poesia, essa outra construção imaginativa de
um mundo que mal o conhecemos.
De
modo que, se a poesia nos revela a beleza que os nossos olhos não educados não
consegue ver, e se a filosofia nos da a chave para compreender o mundo e
perdoar o seu próximo, sendo assim não perguntamos mais. Penso que isso vale
todas as riquezas da terra. A grande questão é que a filosofia não enche a
nossa carteira e nem aumenta nossa conta bancária. Não nos ergue às dignidades
dos governos, é até bastante descuidosa destas coisas. Mas de que vale engordar
a conta bancária e a carteira, subir a altos postos e permanecer na ignorância
ingênua, desprovido de espírito e humanismo, brutal na conduta, instável no
caráter, caótico nos desejos e cegamente infeliz?
A
maturidade é tudo. Talvez oque a filosofia nos de, se lhe formos fiéis, uma
sadia unidade de alma. Somos negligentes e contraditórios no nosso pensar;
talvez ela possa classificar-nos, dar-nos coerência, libertar-nos da fé e dos
desejos contraditórios. Da unidade de espírito pode vir a unidade de caráter e
propósitos que faz a personalidade e da ordem e dignidade à vida. A filosofia é
conhecimento harmônico, criador da vida harmônica; é disciplina que nos leva a
serenidade e à sabedoria.
Portanto,
saber é poder, mas só a sabedoria é libertadora. O sinal de que vamos atingir
uma sabedoria plena é a consciência que temos que um dia seremos idosos. Essa é
a melhor saída para a nossa vida, prêmio por termos alcançado o topo da
hierarquia da existência. É a mais pura filosofia de vida que um ser humano
pode alcançar. Contudo, o idoso é um mapa de conhecimento, tem dentro dele
muitas estradas principais, muitas vias secundárias e muitos atalhos, muitos
becos sem saída, muitas praias, muitos desfiladeiros, muito amor e severas
tempestades emocionais.
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