Todos
os dias cada um de nós tomamos decisões e agimos de acordo com os nossos
valores. Os valores não estão nas coisas em si, eles dependem de quem avalia
por isso os valores podem variar de pessoa para pessoa. Os valores podem mudar
com o tempo. Quando os nossos valores mudam, muda o nosso olhar sobre as coisas
do mundo. Os valores valem e as pessoas são. O que isso quer dizer? Isto quer
dizer que, os valores não são propriedade das coisas ou das pessoas. Os valores
só existem na medida em que alguém avalia e valoriza, portanto, há muitas
diferenças nos valores. Valor implica sempre uma relação de sujeito com um
objeto. Quanto vale uma árvore contada, por exemplo? Ela tem valor diferente
para cada pessoa. Para um ambientalista ela tem um valor estético, que
justifica sua preservação. Para o biólogo a árvore abriga varias espécie de
pássaros, que ficariam prejudicados se ela fosse derrubada. A preocupação como
a sobrevivência com outras formas de vida é um valor ético. Para uma pessoa
gananciosa e materialista isso não significa nada a não ser o lucro que vai ter
com a derrubada da árvore.
Nós
decidimos e agimos em função de valores que temos. Porém, o mais certo seria
dizer, que as nossas decisões de ação mostram quais valores na verdade, nós
temos. Porque muitas vezes nós dizemos que acreditamos em tais valores e agimos
de outra forma. O valor de verdade é aquele valor que se manifesta na nossa
ação. Se digo que sou contra mentira, contra a traição, contra a falsidade e
contra o roubo e na pratica eu minto, traio, falsifico e roubo, esse é o meu
valor. As pessoas que têm valor nas nossas vidas são escolhidas por nós, assim
como a prioridade que lhes damos. As etapas pelas quais passamos determinam de
forma perigosa as máscaras que vestimos e as máscaras que os outros usam. Por
isso, para desmascarar egoísmos e falsas companhias, primeiro é preciso limpar
as próprias lentes e perceber o suicídio que significa ter a pretensão de ser
como os outros esperam e anseiam que sejamos.
Quem
inventou os valores? Foram os homens que inventaram os valores e estão
continuamente avaliando e reavaliando seus valores. E nesse processo de revisão
permanente, os homens buscam valores que proporcionem uma vida melhor, mais
justa, digna e solidária, que convive o pacífico entre todos. Na perseguição
desses valores, o homem vai se modificando e aprimorando como se estivesse numa
olimpíada. Para o filósofo alemão Friedrich Nietszche (1844-1900), a ação mais
alta da vida livre, é o nosso poder para avaliar valores. Para ele o bem o mal
não são valores existentes em sim mesmo. Tem uma identidade e uma significação
independente dos grupos humanos ou dos indivíduos em confronto que define o que
é o bem e o que é o mal. Esses valores nunca são questões eternas, mas elas
dizem respeito sempre a aquilo que é mais forte para afirmar o seu ponto de
vista e aquele que tem que sofrer esse ponto de vista. Portanto, há sempre uma
relação de força, é sempre o mais forte que age pela a afirmação dizendo, algo
é bom e imediatamente o mais fraco na vontade diz isto é um mal.
Portanto,
os valores são entidades virtuais, eles não existem na realidade, não são
propriedades dos objetos, são atribuídos as coisas pelo sujeito. Os valores só
existem na medida em que uma pessoa avalia e valoriza. Por isso existem muitas
diferenças nos valores. Eles variam conforme a época e os critérios das
pessoas. Todas as nossas decisões são baseadas em valores e quando nossos
valores mudam, muda a nossa maneira de ver o mundo. O ideal é que cada pessoa
busque os seus valores internamente, e saiba como trabalhar com eles para
alcançar seus objetivos. Pare por um momento da correria do dia a dia,
relaxe tranquilamente, seja num banco de praça, em um café, logo após o almoço,
escolha um momento para ser somente seu, e faça a seguinte pergunta a si mesmo:
“O que é importante para mim?” Na
grande maioria das vezes, as respostas que você obter desta pergunta, irá
indicar seus valores. Contudo, falamos de vínculos saudáveis e insanos, de
pessoas que nos enriquecem e pessoas que nos prejudicam com seus costumes e com
expectativas. Somos obcecados por agradar o mundo todo, o que acaba gerando a
sensação de que estamos rodeados por uma quantidade mais do que por qualidade.
Normalmente isto muda com o passar do tempo e seja pelos anos ou pelos danos,
começamos a dar prioridade a aqueles que realmente, consideramos importantes
nas nossas vidas.