Sigmund
Freud e a psicanálise se popularizaram de tal forma que suas ideias são, muitas
vezes, veiculadas de modo errôneo e distorcidas, como tudo que passa por um
processo de grande divulgação, em especial numa sociedade de massas como a
nossa. Tendo em vista, o difícil relacionamento entre Freud e Jung, que virou
tema do filme: “Um Método Perigoso”, de David Cronenberg.
De
modo que é preciso, antes de qualquer coisa, esclarecer o significado dessa
expressão. O que é psicanálise? Em primeiro lugar, é uma teoria que pretende
explicar o funcionamento da mente humana. Além disso, a partir dessa
explicação, ela se transforma num método de tratamento de diversos transtornos
mentais.
São
dois os fundamentos da teoria psicanalítica: 1) Os processos psíquicos são em
sua imensa maioria inconscientes, a consciência não é mais do que uma fração de
nossa vida psíquica total; 2) os processos psíquicos inconscientes são
dominados por nossas tendências sexuais.
Nesse
sentido, Freud buscou explicar a vida humana (pessoal e individual, mas também
pública e social) recorrendo a essas tendências sexuais a que chamou de “libido”. Com esse termo, o pai da
psicanálise designou a energia sexual de maneira mais geral e indeterminada.
Assim,
por exemplo, em suas primeiras manifestações, a libido liga-se a outras funções
vitais: no bebê que mama, o ato de sugar o seio materno provoca outro prazer
além do de obter alimento e esse prazer passa a ser buscado por si mesmo. Por
isso, Freud afirma que a boca é uma "zona erógena" e considera que o
prazer provocado pelo ato de sugar é sexual.
Portanto,
repare bem, a libido pode nada ter em comum com as áreas genitais. Posto isso,
a psicanálise compreende as grandes manifestações da psique como um conflito
entre as tendências sexuais ou libido e as fórmulas morais e limitações sociais
impostas ao indivíduo. Esses conflitos geram os sonhos, que seriam, segundo a
interpretação freudiana, as expressões deformadas ou simbólicas de desejos
reprimidos. Geram também os atos falhos ou lapsos, distrações falsamente
atribuídas ao acaso, mas que remetem ou revelam aqueles mesmos desejos.