Entre
as muitas coisas profundas que o filósofo francês Jean-Paul Sartre disse foi:
"Não importa o que fizeram com você. O que importa é o que você faz com
aquilo que fizeram com você." Pare e leia novamente! E pense! Você lamenta
essa maldade que a vida está fazendo com você, a solidão? Se Sartre está certo,
essa maldade pode ser o lugar onde você vai plantar o seu jardim.
Como
é que a sua solidão se comporta? Ou, talvez, dando um giro na pergunta: Como
você se comporta com a sua solidão? O que é que você está fazendo com a sua
solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar
dela, que ela é um sofrimento, uma doença, uma inimiga.
Aprenda
isso: as coisas são os nomes que lhe damos. Se chamar minha solidão de inimiga,
ela será minha inimiga. Mas será possível chamá-la de amiga? O poeta mineiro
Carlos Drummond de Andrade, acha que sim:
"Por muito tempo achei que a ausência é
falta. E lastimava ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. Não há falta na
ausência. A ausência é um estar em mim. E sinto-a, branca, tão pegada,
aconchegada nos meus braços, que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada, ninguém a rouba mais de mim!"