O
mestre filósofo e educador Rubem Alves, escreveu numa belíssima crônica que é:
“as razões do amor”. Os místicos e
apaixonados concordam em que o amor não tem razões. Angelus Silésius, místico
medieval, disse que ele é como a rosa: “A rosa não tem porquês, ela floresce
porque floresce”.
Drummond
repetiu a mesma coisa no seu poema “as
sem-razões do amor”. É possível que ele tenha se inspirado nestes versos
mesmo sem nunca os ter lido, pois as coisas do amor circulam com o vento. Eu te
amo porque te amo – sem razões. “Não
precisas ser amante, e nem sempre saber sê-lo”.
Meu
amor independe do que me fazes. Não cresce do que me dás. Se fosse assim ele
flutuaria ao sabor dos teus gestos. Teria razões e explicações. Se um dia teus
gestos de amante me faltassem, ele morreria como a flor arrancada da terra. É
dessa morte que vem a tristeza e o luto.
Amor
é estado de graça e com amor não se paga. Nada mais falso do que o ditado
popular que afirma que “amor com amor se
paga”. O amor não é regido pela lógica das trocas comerciais. Nada te devo.
Nada me deves. Como a rosa floresce, eu te amo porque te amo. Simples assim!
Amor
é dado de graça, é semeado no vento, na cachoeira, no eclipse. Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários. Amor não se troca. Porque amor é amor a nada, feliz e
forte em si mesmo.
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