Grande
parte do nosso tempo e muito do nosso esforço e energia consumida pela correria
do dia a dia, com trabalho, afazeres domésticos e outras responsabilidades,
esquecemos de nós, das nossas carências afetivas. Achamos desnecessário e
custoso, ficamos na espera que as coisas se resolvam por si só. Todavia,
deixamos de lado e perdemos um tempo precioso de aprofundar nosso conhecimento
sobre nossa sexualidade e compreender nossas emoções e melhorar nossas relações
afetivas com a pessoa amada. Investimos tempo e dinheiro em coisas materiais e
supérfluas, esquecemo-nos do espiritual como se nossa “essência” não fosse importante.
Infelizmente,
há um enorme preconceito e desconhecimento sobre o quanto é possível aprender,
evoluir e aperfeiçoar nossa forma de se relacionar afetiva e sexualmente. As
pessoas têm medo de buscar esse conhecimento e de investir em assuntos do
coração, principalmente quando isso tudo, está relacionado com Amor e Sexo.
Nos
ensinamentos Tantra, o indivíduo vai aprender como melhorar e apropriar-se de
forma mais produtiva e efetiva a sua energia sexual. Sobretudo, resgatar a
sexualidade e a naturalidade do seu corpo através do prazer, do toque e da
sensibilidade que nele irá despertar no momento do encontro amoroso.
Para
muita gente boa, a dificuldade em se conseguir conectar com o prazer e com o
corpo está associada a idéias e conceitos sobre o que é certo e o que é errado,
quanto ao que se pode experimentar em relação a sua sexualidade.
O
que o medo faz com essa pessoa? Faz com que ela mergulhe a cara no trabalho e
ocupações diárias, com isso enterra todas as possibilidades de sentir prazer no
corpo. Vai estar sempre cansada e indisposta. Fazendo aqui uma comparação com a
avestruz. No caso descrito, a pessoa não consegue ver o corpo como extensão do
seu Ser. Vive com medo de assumir a sua sexualidade e viver com medo é viver
pela metade.
Seguramente,
o encontro com a pessoa amada, não será pleno e integro pautado no sexo
amoroso. Ambos vão percebendo ao longo dos encontros e das experiências, que
está faltando algo a mais para se chegar ao ponto e ao ápice do encontro. Pelo
simples fato de não sentirem essa intimidade um com o outro. A desconexão
torna-se evidente, pela forma pronta e mecânica de se fazer sexo, meio bicho e
afoito, cujo orgasmo é o estímulo final a ser alcançado, sem nenhuma conotação
afetiva. Praticam-se uma relação primaria e primitiva de péssima qualidade sem
nenhum comprometimento um com o outro. É bom que se diga: “praticar sexo é uma escolha e ter prazer é uma possibilidade”.
Portanto,
para os ensinamentos do Tantra, o sexo não deve permanecer sexo e sim
transformá-lo em Amor, assim como também o Amor não deve permanecer Amor, mas
transformar-se em Luz, ou seja, na experiência imediata com a Divindade, no
ultimo e supremo cume místico. Contudo, nesse momento seja o ato e não o ator.
Ao amar seja o Amor. Não é o seu Amor, não é meu Amor, não é o Amor de alguém
mais. É simplesmente o Amor que tomou conta da Essência. Enfim, quando você não
está ali é porque você está nas mãos da fonte, da corrente Suprema, você
desapareceu e tornou-se apenas energia irradiando Luz ao Ser. Quando sua mente
é sexual você explora o outro. Quando você ama, o outro se torna importante e
ímpar. Quando você se entrega completamente nesse Amor, esquecendo de si e a
pessoa amada desaparecer e, se nesse momento houver somente o Amor fluindo,
então SHIVA diz: a vida eterna é sua. Aqui o tempo desparece.