Amor
é uma palavra que na nossa cultura quase perdeu o sentido. Há uma história
muito interessante, sobre o Rabino israelense-americano Abraham Twerski
(1930-2021). Ele passou por um jovem, que estava claramente se deliciando com
um prato de peixe que comia. Então, ele disse ao jovem:
“Por que você está comendo esse peixe?” O
jovem respondeu: “Porque eu amo peixe!”.
Ao que o Rabino lhe retrucou: “Ah, você
ama o peixe e por isso você o tirou da água, o matou e o ferveu? Não me diga que ama o peixe. Você ama a você
mesmo. E porque o peixe é gostoso, em sua opinião, você o tirou da água, o
matou e o ferveu”.
Muito
do que se chama de “amor” é “amor de peixe”. E então. Um casal de
Jovens se apaixona, os jovens se apaixonam, o que isso significa? Isso
significa que ele viu nessa mulher, alguém que ele creu que poderia prover
todas as suas necessidades emocionais e físicas, e ela sentiu que esse homem
poderia lhe fazer o mesmo.
Isso
foi amor. Mas ambos estão olhando para as próprias necessidades. Não é amor um
pelo outro. A outra pessoa se torna um veículo para a minha satisfação. Muito
do que chamam de “amor” é “amor de peixe”. E um amor externo não é
sobre o que vou receber, mas sobre o que eu vou dar. Havia um professor de
ética, o Rabino ortodoxo Eliyahu Eliezer Dessler (1892-1953), que disse que as
pessoas cometem um erro grave ao pensar que você dá àqueles que você ama.
Portanto,
a verdadeira resposta para o amor que está se perdendo é: você ama aqueles a quem você
dá. E seu argumento é, que se eu dou algo a você, eu me investi em você. E já
que o amor-próprio é algo natural, todos amam a si mesmos, agora que parte de
mim está em você, há uma parte de mim em você que eu amo. Então, o amor
verdadeiro é um amor que “dá”, não
que “recebe”.
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