Minha
metade mais profunda do mistério tenta atirar o arpão desta minha ansiedade. E
lá vai meu intento em amenizar o sofrimento. No entanto, vara-se o espirito um
soluço estéril. Enfio a mão no fogo do amor, para sentir o seu calor no meu
viver, remexendo o braseiro e procurando uns pedaços de enigma que há tempo
atocaia este meu ser.
Interrogo
as estrelas e minhas noites de insônia, lá vai o peregrino, ó céus, caminhando
pelas estradas de minha aflição. Dia de penitência e de pernoites a perguntar a
hora, o instante, o quando, desse encontro marcado com o meu não. Afinal, estou
debaixo do mesmo céu, entre a multidão e peregrino que sou, respiro o mesmo ar
que exala vida e amor.
Escolheste
um caminho e o caminhaste levando uma canção que fala de um amor interminável
como único guia. Inevitável ardor de gelo e longa flor sem haste foi à sorte
que te coube na vida. Foi comendo e bebendo a claridade do espírito do mundo,
que escreveste a paz em pentagramas.
Foi
através dos sons românticos, com os arcanjos do frio e da saudade, nas muitas
solidão em brancas noites de invernos. O nosso coração trilhou para uma única
direção. Passam-se os dias e não passa ninguém que estenda a mão. Que esse
pedaço de enigma, vira sonho e esperança de viver pelo o amor.
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