Vivemos
neste século uma grande transformação de costumes. A começar pela liberdade de
ser e de se exprimir. Novos paradigmas estão surgindo, como a espiritualidade,
o autoconhecimento, o afeto e a alegria. Somente nos últimos quarenta anos, a
sexualidade deixou de ser negado, o que significa que essa temática também está
ganhando terreno na maturidade. Por conseguinte, a mulher madura busca um homem
gentil, protetor se solicitado, que tome iniciativa e satisfaça alguns de seus
desejos. Que seja responsável, atencioso, carinhoso e aceite carícias e as
saboreie. Que saiba receber e se entregar, que viva o erotismo de corpo
inteiro, cujo encontro não seja só sexo, mas também celebração. Essa nova
mulher quer um homem sensual, de prazer pleno difuso, com o qual nasce para
saber aproveitar a vida de várias formas, o que só cessa com a própria
morte.
Já o
homem maduro busca uma mulher ativa, segura e provocante. Traduzindo melhor, uma
mulher gostosa, quente, que gosta de ser apreciada, que goste de fazer sexo,
que goste de dar prazer, que fique excitada quando está junto do seu parceiro.
Entretanto, são poucas e raras as pessoas que chegam a idade madura na
plenitude, sabendo se abrir para a vida, dar e receber, fazendo do sexo uma
contra dança de parceiros, que se encontram, se apreciam, se realizam, caso
venham a se separar, sentem falta depois e até mesmo saudades. Quando os
amantes conseguirem colocar o sexo num plano maior ligado à espiritualidade,
isso ajudara as pessoas a se libertarem de seus medos, culpa e vergonha, raiva
e desespero de solidão, tudo o que traz infelicidade e impedem a nós todos de amar para valer, em qualquer idade.
Portanto,
se nós não curarmos primeiro, todas as feridas não se fará a revolução sexual
na maturidade. E não há como curá-las a não ser por meio da informação clara,
da palavra cuidadosa, do toque amoroso. Da verdade implícita. Como diz um
provérbio oriental: “Se mergulhas e não
encontras pérolas no mar, não pensem que elas não existem”. Ao nascer o
nosso corpo ainda não foi escrito, no dizer do filósofo inglês John Locke
(1632-1704): "nossa mente é como uma folha de papel em branco, uma tabua rasa,
que durante a nossa experiência no mundo se incumbe de imprimir". Com o passar
dos anos a nossa própria história, cultura, os desejos e a própria vida se
inscrevem, como um carimbo de nossa vivência. Contudo, trazemos muitas
biografias de uma mesma vida. Quase tudo o que foi possível lá, está firmemente
registrado no corpo e na mente. De modo que maturidade também é sinônimo de
saber viver. Desfrutar do sexo pleno, amoroso e maduro, parece-nos dominar a
nossa própria essência humana. Somo apenas um corpo, nosso cartão de visita que traz registrado a nossa biografia.
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