O
homem compartilha da mesma natureza com o rio, porém o rio anda e o homem corre
no seu dia a dia, em busca de uma satisfação insaciável. Como argumenta Jean
Jacques Rousseau: “o homem por natureza é
bom, mas a sociedade o corrompe gerando desigualdade social, escravidão,
violência e tirania”. Tornou-se simples as pessoas dispensar uma boa prosa,
porque a amizade parece não significar mais nada nos dias de hoje. Mudamos de
amigos sem pensar muito nos benefícios que aquele nos trouxe. Como disse o
filósofo francês Michel Foucault: “o
homem é uma invenção recente e já fadado a desaparecer”. Criamos espaços
para a solidão, mesmo entre amigos.
Tornou-se
fácil dispensar o amor, parece que os sentimentos perderam a validade. Nós
desritualizamos a separação e banalizamos a dissolução dos laços afetivos.
Vivemos um modelo afetivo em decadência, a interação foi perdida. Cria-se um
laço afetivo, fortalece esse laço e de um momento para outro, tudo isso acaba.
O amor é uma palavra que está quase perdendo o sentindo na nossa cultura. É
comum no Facebook, além das pessoas comunicarem a beleza da sua existência,
postarem banalidades para obter centenas de comentários e curtidas. Desde um
bom dia com café da manhã e uma mesa farta, até a postagem sobre transplante de fezes. Quem ler e curtir isso vai ter uma reação de fígado. Isto
é só uma pequena amostra da miséria humana.
Quando
atropelamos a vida, sofremos as consequências mais adiante. Há uma
disponibilidade sem procedente na história de opções amorosas, de consumos nas
baladas noturnas, que faz com que estejamos seduzidos. Tendo em vista, que
ninguém é cem por cento feliz nessa história. Aquele que está infeliz na sua
subjetividade, torna-se presa fácil para os sedutores de plantão. E muitos vão
buscar nas baladas, entre um drinque e outro, nos embalo do rock pop,
acreditando que está descobrindo a alegria de viver e a felicidade permanente.
Pura ilusão! Está matando uma parte da sua natureza que habita o corpo. A
bebida alcoólica é um inibidor do sistema nervoso, ela destrói sua
autoestima.
O
filósofo e fenomenólogo francês Merleau-Ponty, diz num dos seus textos: “o corpo é o berço de todas as nossas
significações”. Na verdade, tudo que temos em nós de emoções, de
conhecimentos, tudo isto teve que começar no corpo. É pelo prazer e pela dor,
por todas as sensações corpóreas, que a vida nos visita e tece lá dentro a
nossa intimidade. O corpo é o templo da alma. O nosso mais profundo mistério, o
chamado principio vital. Que fagulha é essa que acende a vida? De que usina
jorram as energias que mantém o coração batendo? Diante deste mistério, por que
não seguir o rio? De quem o homem corre, a não ser dele mesmo. Buscamos lá fora
o que está dentro de nós.
A
partir das redes sociais o homem ganhou o mundo e ao mesmo tempo cerceou a sua
paz. Rede social é um negócio muito perigoso, pela liberdade de postar o que
quiser. Passa uma ideia falsa de felicidade, que não existe em lugar nenhum do
mundo. A internet funciona como um escudo e fica fácil para você agredir alguém.
Sempre que penso nas redes sociais, assim como muita gente boa pensa igual,
cujo objetivo é outro. Aqui falo dos temas que mais me atrai que é o amor, a
natureza e as relações humanas. Porque acredito que só o amor faz as pessoas
evoluírem espiritualmente. Encaro essas minhas posições como uma luta. Trago no
fundo do meu coração a alegria e a esperança, de que estou semeando as melhores
sementes, para ver um mundo mais humano.
Portanto,
parece que o amor ficou fora de moda e o sexo tornou-se mais atraente. Podemos
dizer que pertencemos à geração do descartável. Amizade e amor deixaram de ser
para sempre. Estamos às vésperas do prazo de vencimento das relações afetivas.
Os relacionamentos estão cada vez mais fragilizados e desumanos. A confiança no
outro está cada vez mais perto de terminar definitivamente. Os seres humanos
estão sendo usados por eles mesmos. Vivemos dentro de uma sociedade onde tratam
as relações como superficiais e descartáveis. O homem corre e o rio anda. Afastamo-nos
cada dia mais do nosso habitat natural. Experimentamos na separação a vivência
da morte numa situação vital. A morte do outro em minha consciência e a
vivência de minha morte na consciência do outro. O dia que o rio parar, o homem
para de respirar. Quando esse dia chegar, acabou-se o tempo para amar. Ame o agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário