Nada
do que foi, voltará a ser igual já foi um dia. Dizia Heráclito de Éfeso
(544-484 a.C.): “Nunca nos banhamos duas
vezes no mesmo rio.” Sempre que voltamos ao rio, a água é outra. Quando ouço pessoas dizer eu sou assim mesmo e não
mudo. Ou julgado o outro porque faz diferente. Sempre desconfio de gente assim.
Talvez por saber que estamos sempre em transformação. Mudamos de atitude a cada
momento. Aquilo que julgava imutável, hoje, já não tenho tanta certeza assim.
Fiz muitas viagens para Botucatu e Marília. Viagens maravilhosas, clima ótimo,
ao lado de boa companhia, posso afirmar que foi muito divertido e prazeroso.
Lindas paisagens coloridas enfeitava a nossa viagem, por estradas ornamentadas
de beleza incomparável. Em todos os passeios que fizemos era diferente. Sempre
havia uma coisa a mais para apreciar. Nenhuma dessas viagens foi igual. Cada
viagem, uma surpresa agradável e momentos de extrema beleza natural e poético.
Se escolhermos
perder aqueles que tanto amamos por falta de diálogo, entendimento ou por
orgulho nosso, não escapamos da falta que vão nos fazer e a saudade que vamos
sentir, sem falar do quanto essa dor pode nos custar. Enquanto aquela pessoa
bacana some de vista, uma parte de nós morre com ela. Até que vamos ver um dia,
de pedaço por pedaço, sumindo lentamente com essa pessoa. Não restará nada em
nós para chamar de vivo ou morto. Será que vamos escolher morrer ou viver?
Quando jogamos fora o que nos faz bem, vai junto um pedaço de nós. Na verdade,
quando o amor se propõe, não o ignore tanto assim, pois, um dia poderá lhe
fazer falta. Quantas pessoas sozinhas existem no mundo? Basta sair nas noites
para dançar e constatar quantas pessoas estão a sós. Sem ninguém para chamar
de seu, a menos que pague.
Portanto,
a solidão serve para isso. Mostrar-nos que a qualquer momento a saudade bate a
nossa porta, para nos lembrarmos do dia chuvoso, do café da manhã na cama,
daquela viagem inesquecível. A saudade só não mata, porque tem o prazer da
tortura. Mesmo a saudade sendo feita para doer, às vezes percebe-se que é o
único meio eficaz de enxergar o quanto podemos ser feliz, em vez de só querer ter razão. Os momentos não se repetem, estamos sempre em constante mutação. Com
as informações que vamos recebendo, vamos nos modificando. Água parada cheira
mal. O movimento requer força e atitude, isso quer dizer esforço. Porque nada
do que foi, será igual já foi um dia. Cada dia vivido será único e inesquecível.
Contudo, viver e amar constitui-se para nós humanos um mistério, que muitas pessoas
o transformam num problema. “Os homens
são deuses mortais e os deuses, homens imortais” (Heráclito).
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