Tenho procurado demonstrar e denunciar que o mundo contemporâneo tem abandonado completamente a fonte renovável do amor reciproco. Basta olhar para esse mundo e constatar que estamos vivendo uma crise profunda de falta de amor, tanto no contexto social quanto no plano individual. Faltam respeito e consideração no jeito das pessoas tratarem-se umas as outras. Será que a saída desse mal está nos conflitos que acontecem a cada instante? Temos a falsa ilusão de que o problema sempre é criado pelo outro e que ele é o responsável pela nossa desgraça, pela nossa miséria. Mas pensando assim, vamos nos sentir cada vez mais impotentes e aprofundar ainda mais os conflitos.
No entanto, sempre há uma saída para melhor conviver e amar o próximo. De modo que, para amar verdadeiramente é preciso que se tenha muita consciência de si e da dimensão que pode alcançar este sentimento. É através desta consciência que nos colocamos em contato genuíno com o “ser amoroso”. Quanto mais buscarmos esta conexão com a fonte de amor que brota dentro de cada um, é que vamos abrir caminho para que o amor também aconteça de maneira explicita e integral na vida dos humanos.
Nossa vida contemporânea anda muito elétrica, estamos sempre nos entupindo de informações, como se pudéssemos ser felizes por este caminho. Mas com tanta correria, falta-nos tempo para sentir prazer com a vida, para amar e ser amado. De que adianta estarmos junto de alguém especial, se não temos nada para lhe oferecer? O que podemos proporcionar ao outro, se na verdade, estamos sempre sem tempo, estressados e mal humorados? Não damos a chance de sermos íntimos, nem de nós mesmos. É um voto de amor para conosco mesmo.
Quando buscamos nesta fonte de amor em nós mesmos, aprendemos a nos dar esse presente e se abastecer de vitalidade na fonte de energia daquele que amamos. Pois quem eu amo é o meu guru. É com ele que vou trocar coisas importantes e gostosas para o meu corpo, assim como para a minha alma. Energia esta que quando invade o outro ser de amor, pode oferecer-lhe nossa presença mais íntegra. Ao meditarmos sobre, nos tornamos mais sensível para apreciar a vida que se manifesta dentro e fora de nós. Damos mais importância a cada momento e se conscientizamos do amor romântico. Ao estar com o outro, fazemos do encontro algo muito especial. Todavia, queremos celebrar a vida através do amor.
Portanto, a fonte do amor talvez seja a nossa vontade de fazer alguém feliz. Não apenas de sermos felizes. A fonte do amor pode estar dentro de cada um, é de onde tiramos a força para levantarmos todos os dias e agradecer por tudo. E desejar viver mais para tentar deixar o dia de quem amamos mais alegre. Fazer a diferença e ser especial na vida de alguém. Vale lembrar, que ser especial para alguém é ir embora e deixar saudades. Amar talvez seja sair de si para ser um pouco o outro. Mas sem perder a sua essência. Misturar-se ao outro sendo um ser único. Amar pode ser difícil, mas com certeza é a tarefa mais linda do mundo. Não tem idade e nem hora certa para acontecer. Agora entendo que o amor é uma energia renovável. E quando ele acontece é para sempre. Ele será sempre a mesma energia, a mesma força bela e renovadora. O amor por amar. Sem tempo, sem pressa. Essa tal fonte do amor eterno é mágica. E nela resolvi mergulhar. Sei que na fonte do amor, já tem um nome gravado. Só preciso aprender a decifrar.