Depois
de algum tempo aprendemos a diferença, isto é, a sutil diferença entre dar a
mão e acorrentar uma alma. E aprendemos que amar não significa apoiar-se, e que
companhia nem sempre significa segurança. Assim como também começamos a
aprender que beijar quem se ama, não é sinônimo de contrato e nem promessa de
um final feliz.
Entretanto,
com o passar dos anos começamos a aceitar com serenidade as derrotas, mas
sempre com a cabeça erguida e olhos brilhantes diante de um futuro promissor,
com a graça de uma criança em ascensão e não com a tristeza de um adulto
insatisfeito e apático. E aprendemos a construir todas as nossas estradas no
hoje, nesse momento que denominamos de presente precioso. Porque o terreno do
amanhã é incerto e inseguro demais, porque o futuro é para o ser humano um
mistério. Depois de um tempo, aprendemos que o sol queima se ficarmos expostos
por muito tempo. E aprendemos que não importa o quanto alguém se importe,
algumas pessoas simplesmente não se importam. E aceitamos que não importa o
quanto essa pessoa seja boa, ela vai feri-lo de vez em quando e será preciso
perdoá-la por isso.
Todavia,
aprendemos que falar pode aliviar dores emocionais. Descobrimos que leva-se um
certo tempo para construirmos a confiança e apenas segundos para destruí-las, e
que podemos fazer coisas em um instante, das quais nos arrependeremos pelo
resto das nossas vidas. Aprendemos que a verdadeira amizade continua a crescer
mesmo a longa distância. E o que importa não é o que temos na vida, mas o que
temos da vida. E que os bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprendemos que não temos que mudar de amigos se compreendermos que os amigos
mudam, percebemos que nosso melhor amigo quando juntos podemos fazer qualquer
coisa, ou nada, mas, sobretudo teremos bons momentos juntos. Descobrimos que
essas pessoas queridas, são iluminadas e que prontamente somos tomados pelo seu
brilho. Elas entram na vida da gente e deixam sinais, são como músicas. Como a
sonoridade do vento no final de uma tarde de domingo no Recanto dos Idosos.
Amigos são como música, que foram compostas para serem ouvidas, sentidas,
compreendidas e interpretadas, como uma melodia.
Entretanto,
devemos sempre tratar com atenção e gentileza, as pessoas queridas que
realmente amamos, proferindo palavras amorosas, pois pode ser que seja a última
vez que a veremos.
Com
a experiência aprendemos que as circunstâncias e o ambiente têm influência
sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Aprendemos que não
devemos nos comparar com os outros, mas com o melhor que podemos ser.
Descobrimos também que se leva muito tempo para nos tornarmos a pessoa que
queremos ser e, que o tempo é curto demais para se viver o que os outros querem
de nós. Sou eu o autor e ator da minha história. Aprendemos que, ou você controla
os seus atos ou eles irão controlá-lo. Ser flexível não significa ser fraco ou
não ter personalidade, pois não importa o quanto delicada e frágil seja uma
situação, sempre existem os dois lados. Aprendemos que heróis são pessoas que
fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as consequências.
Descobrimos
algumas vezes que a pessoa que você espera que o chute quando cai, é uma das
pessoas que vai ajudá-lo a levantar-se. Aprendemos que a maturidade tem mais a
ver com os tipos de experiência que tivemos e o que aprendemos com esse
conhecimento empírico, do que os aniversários celebrados. Aprendemos que
nunca devemos dizer à uma criança que
sonhos são bobagens, poucas coisas são tão humilhantes quanto essa fala, já que ela poderia tornar-se uma
tragédia, caso elas acreditassem nisso.
Há
pouco tempo, descobri que quando estamos com raiva, temos o direito de
senti-la, porém, isso não nos dá o direito de sermos cruéis. Às vezes ficamos
tristes só porque alguém não nos ama do jeito que queremos e isso não
significam que esse alguém não nos ame com toda a sua força, pois existem
pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver esse
sentimento.
Aprendemos
que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes nós temos
que aprender a nos perdoar, isto é, aprender com a mesma severidade com que
julgamos o nosso próximo. Essa reflexão profunda se faz necessário, principalmente no momento em que a culpa toma conta do nosso existir. É no
ato do pensar e acreditar que faz a gente inventar um mundo novo e sem culpa.
Portanto, a grande
aprendizagem da vida é saber aproveitar os momentos com a pessoa que a gente
gosta ou ama. Para se ter um bom relacionamento, tem que haver reciprocidade.
Para viver bem com o nosso semelhante, há de se ter maior clareza e
honestidade, naquilo que esperamos da vida e das pessoas que nos acompanham no
nosso dia a dia. Contudo, o mundo só começará a se tornar mais humano quando
tivermos consciência e passarmos a agir com gentileza, respeito e amor. Assim deixaremos de ser orgulhosos e ridículos. Quem realmente se importa com você, sempre te procura.