30 de maio de 2015

QUANDO O AMOR SAI DE CENA

Quando o amor sai de cena, a vida perde o colorido, nada mais faz sentido, o prazer é transformado em angustia, a relação conjugal vira uma cadeia fria, até parece que ambos estão vivendo uma vida marcada de obrigações. Porque afinal de contas à idéia que se faz do casamento é para sempre, mesmo que não haja mais amor. As pessoas com o tempo não percebem mais essa relação, não percebe mais o outro, porque acabou o diálogo e o respeito, sobretudo, o amor. Como dizia o filósofo, crítico cultural e escritor alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900), ao pensar sobre a possibilidade do casamento, cada um dos cônjuges deveria fazer a seguinte pergunta: “você crê que será capaz de conversar com prazer com esta pessoa até o fim da sua vida?” Porque tudo mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo, são aquelas construídas sobre a arte da boa conversa.

Parece que o amor ficou fora de moda e o sexo tornou-se mais atraente. É comum ver casais vivendo uma vida de fachada, de aparência. Todos conhecem a estória da “raposa e as uvas”, da fábula do poeta e fabulista francês Jean de La Fontoni (1627-1695). Pessoas vivendo uma situação nada confortável no casamento e dizendo que está uma maravilha a vida conjugal, quando na verdade, está na cara de ambos que estão infelizes. Estão racionalizando uma situação infernal de ruim. Ninguém é feliz vivendo assim. A estória do limão doce, chupando limão e dizendo que está uma delícia. Isto acontece com muita frequência na vida de todos nós que não pensamos diferente, seguimos a tradição dos nossos pais e vamos repetindo os mesmos erros deles. Esta indiferença sobre o amor contaminou os sentimentos e tem afrouxado muito os relacionamentos conjugais. Os tempos são outros. Por outro lado, uma vida sem sentido, sem graça, vazia, produz doenças, todos sabemos. As pessoas, principalmente depois de algum tempo de casadas, têm dificuldades para dizer, por exemplo: “agora eu não te amo mais”. Conheço histórias em que pessoas levaram anos para se convencer de que não estavam mais interessadas um no outro. Sentimentos de culpa cristalizados.

O ideal nesses casos, pelo menos seria, usar da franqueza e dizer: “Olha, acho que não estou mais interessado em você. O encantamento e o carinho estão diminuindo muito entre nós. Já estamos há algum tempo juntos, temos patrimônio, costumes, filhos, etc. Que tal esquecermos que somos marido e mulher, que temos que se amar a vida inteira. Talvez conseguíssemos estabelecer uma meia sociedade entre nós, um clima de amizade e respeito pela individualidade um do outro, que seria um fruto amadurecido do amor que existiu entre nós. Não quero que você fique privado de amor até o fim da vida. Assim como também, não vou me privar de amor. Temos pelo menos um bom pedaço de vida em comum, uma amizade razoável de boa qualidade. Vamos continuar nossa caminhada como amigos, mas, cada um seguindo o seu caminho sem mágoas e sem rancor”. É tão evidente que o amor vai e volta, mesmo quando se gosta muito de uma pessoa. Há outros interesses na vida diária de cada um. Esta situação tem afrouxado os laços matrimoniais. Mas, o que se observa é que as pessoas continuam aí sem se mexer. Talvez por força da tradição, da educação que recebeu dos pais, pela pressão familiar, querendo mostrar um casamento ideal que nunca existiu.

Quando a gente diz isto, todos ficam de cabelo em pé. Aflora todo um preconceito e os maus sentimentos vêm juntos. Preferem toda aquela novela da separação, dos filhos que vão sofrer, da sogra que não quer a separação porque a filha está muito bem casada, o drama do ciúme. Deveriam chegar a conclusões mais claras e óbvias. Por que, se deixei de amar, tenho que odiar ou perseguir o outro? Ou então me sentir culpado? Ninguém é culpado porque ama ou porque deixou de amar. Se cuidar bem do amor, às vezes ele dura um bom tempo. Se não cuida ele acaba mais ou menos depressa. As pessoas realmente se divertem com pouco. Por que não resolver as coisas com naturalidade, serenidade e humanamente? Ninguém pode garantir que amará a vida inteira. Quem pode fazer esta promessa? Acabou-se o interesse entre duas pessoas, nem por isso precisam se maltratar. É o que muitos casais começam a fazer. Quando chega neste ponto, pensa-se logo na existência de outra pessoa. Às vezes têm e às vezes não têm. Não precisa ter outra pessoa para deixar de amar. O amor pode acabar simplesmente.

Entretanto, o nosso amor é uma miséria. Amamos na proporção do tamanho da cabeça de um alfinete e achamos que é um grande amor. Um amor que só serve para provocar brigas e cobranças. Somos egoístas até no momento de amar. Esquecemos que o amor é doação, um entregar-se constante. As pessoas esqueceram do mais importantes. Quando estão morrendo numa situação que não têm sentido para elas, sua primeira obrigação é reconquistar a sua vida, isto é, seguir os interesses vivos que estão a sua volta, que as fazem sentir viva. Podem ser uma pessoa, um curso ou um trabalho, como realização profissional. Ela tem que experimentar, para proteger a sua vida e continuá-la.   

Portanto, precisamos de um tempo para refletir sobre a manutenção deste amor. Olhar a situação de fora e sentir se estamos no caminho certo. Nós somos muito mais caprichosos, irregulares e desonestos do que dizemos. Um dos grandes enigmas da vida real da humanidade, é que não somos flor que se cheira, que não somos fácil de lidar. Quando se fala dos seres humanos, é de uma santidade e honestidade que nunca vi em lugar nenhum. Nega-se a maldade e ela aparece por todos os lados. Quando vamos pensar diferente? Contudo, quando o amor sai de cena, só é possível compensar à situação a custa de muito diálogo e boa vontade. Havendo um pouco de admiração, simpatia e afeição já se têm um lar muito afável e acolhedor, que é um bom começo para se viver num clima de harmonia. É bom lembrar que o estado mais gostoso da vida é quando a gente se encanta com uma pessoa. E nós vivemos proibindo e negando isto. Até parece que todo mundo tem que ser escravo e viver infeliz, chorando pela vida toda. Se for infeliz onde vive, com certeza está fora de lugar. Vá ao encontro da sua felicidade. “Encontre a Paz Interior”.

23 de maio de 2015

O PRAZER DESAFIA O AMOR PLATÔNICO

Segundo Platão (427-347 a.C.), o amor é a busca da beleza, da elevação em todos os níveis, o que não exclui a dimensão do corpo, onde habita o prazer. No entanto, será que essa concepção ainda faz sentido em tempos de exagerado culto ao corpo e à coisificação do prazer? Parece estranho e contraditório falar do amor romântico em uma época desapaixonada, como esta em que vivemos. Na verdade, esta nossa época carece tanto de sentimento quanto de razão, pois ela pretende ser apenas a encarnação de um tempo hedonista, extravagante, dominado pelos sentidos, num mundo de imagens audiovisuais.

Conforme Platão nos mostra em seu diálogo, como o amor resgata coisas que a gente perdeu na vida, nos dando uma nova chance de se redimir. Só o amor faz a pessoa evoluir espiritualmente. Embora, o amor tenha início na realidade física, deve alcançar a sua forma universal, não permanecendo prisioneiro da matéria, ou seja, do puro prazer físico. Para Platão só te ama verdadeiramente, aquele que ama a tua alma. No entanto, é comum confundir o amor platônico com o amor não correspondido ou desprovido de interesse sexual. Afinal, temos um corpo que reclama pelo prazer de tocar e ser tocado. Na realidade, o filósofo não exclui o amor carnal, porém, o vê como um primeiro degrau que pode levar a outros mais elevados. Por exemplo, fomentar a pratica do sexo tântrico, cujo objetivo é prolongar o prazer carnal para atingir o orgasmo espiritual. O real encontro com a divindade.

No diálogo do Banquete aparecem duas formas de amor, geradas por Afrodite, deusa grega da fecundidade e da beleza. Ela tem dupla face, ou de acordo com alguns estudiosos da mitologia, são duas Afrodites: a celestial, filha de Urano (divindade que personificava o Céu); e a popular filha de Zeus e Dione. Foi Aristófanes (447-386 a.C.) personagem conhecido entre os atenienses pela sua dramaturgia, defende que o amor é a busca da outra metade que se perdeu por castigo dos deuses. Havia no mundo três tipos de seres humanos: um formado só de duplos elementos masculinos, outro só de duplos femininos e por último um misto de elementos masculino e feminino. Esta era uma figura andrógina. Os seres duplos transgrediram a ordenação dos deuses e foram divididos ao meio. Por isso, o amor é a busca da outra metade que se perdera, o que revela a nossa incompletude humana.

Na busca ao amor essencial, outros estágios se fazem necessários que é o amor às formas físicas e sua beleza, independente da forma, mas, é através dela que vamos descobrir o amor tântrico. A sexualidade é o ponto inicial para este universo místico. O prazer figurado na forma física é interpretado como uma adesão aos princípios éticos. A sacerdotisa grega Diotima, associa o amor à imortalidade e afirma que o amor é o “desejo de procriação e perpetuação no belo”. Apesar da visão fulgurante contida nessa narrativa, o idealismo platônico deprecia o corpo e o mundo real. Ele concebe os seres humanos como se estes fossem anjos caídos em um mundo degradado.

No entanto, a razão socrática é acusada de servir à repressão dos instintos. O filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900, postulou essa questão a uma racionalidade repressiva ao observar que ela está a serviço da ordem e da moral, e representa uma coerção aos amantes que buscam significado existencial na sua outra metade. A moral, de acordo com as suas palavras, transforma-se em “instrumento do instinto de rebanho”. Como se pode ver, a razão tornou-se má conselheira, e um veículo da repressão aos instintos mais verdadeiros. O pai da psicanálise Sigmund Freud (1856-1939), concluiu que o embate do indivíduo com a sociedade é irreconciliável, que chamou de: “molestar da civilização”. A razão que foi construída a partir dos gregos que quer guiar o mundo e por em convulsão os amantes apaixonados. Sinto que este mundo não tem governo. Mas, não existe outro onde possamos viver, a não ser o mundo da razão ou das ideias inatas. Pode-se argumentar que a razão, seja ela grega ou moderna, é sempre repressora: está na sua natureza. Gente querendo ter razão, ao invés de ser feliz por amar, contudo, estão matando um sentimento que transcende a matéria.

Entretanto, o amor que sentimos hoje pretende ser puro prazer, deve encerrar-se aí onde teve início, no próprio corpo. Ele torna-se desejo e excitação, antes, durante e depois do encontro, sobretudo, pelo simples prazer que temos ao sentir o calor deste amor. Mostrando que o amor à pessoa não foi substituído pelo amor às coisas que ela tem e pode oferecer. Apesar disso o prazer físico e o amor platônico transcendem as barreiras do tempo. Nós somos antes de tudo um corpo, o prazer que vamos sentir neste corpo é que vai dizer se o nosso amor é real ou não. O maior equívoco humano é o exagerado apetite dos prazeres corporais e das coisas materiais, isto sempre nos leva o vazio existencial profundo e deprimente. No mito da carruagem descrito por Platão, nos mostra um cavalo preto que representa as paixões, inquieto e impaciente, ou seja, representa o vício, a cobiça e as práticas sexuais exacerbadas. Ele desvia-se do caminho reto, levando junto o cocheiro e o outro cavalo branco. O cocheiro representa a inteligência, que oscila entre os impulsos antagônicos dos dois cavalos: um obediente, que simboliza a coragem; o outro, rebelde, que se guia pela extravagância dos sentidos.

Na concepção dos gregos antigos, o amor não devia tornar-se prisioneiro do corpo, mas elevar-se gradativamente, até o cimo, onde habita as essências absolutas: a verdade, o belo e o bem. Essa passagem do corpo ao espírito é a expressão da dialética ascendente de Platão. Na parte inferior havia o mundo das sombras, produtor de ilusões e os objetos sensíveis. No outro extremo, o mundo inteligível. O processo de conhecimento se da em uma ascensão do mundo obscuro, das sombras ao luminoso mundo das ideias. Porém, tudo o que a nossa época deseja é poder celebrar as conquistas pontificadas pela ciência, pela tecnologia, pelo conhecimento emancipador da modernidade. Contudo, é o corpo que dita às regras do jogo, que diz se está ou não satisfeito. É no corpo que o amor começa sua encarnação.

Portanto, o corpo paira entre o amor e a moral do seu tempo. Inventa uma nova erótica, elege os seus novos parceiros: as academias que redefinem as suas formas, o shop sexy que coisificam o seu prazer, a moda que veste o marketing que o alimenta com produtos miraculosos. Não se pode negar a sedução do vestir elegante, mas, o seu desafio é querer mercantilizar o amor ao desnudar-se. No entanto, sua voz só fala de amor, todo o seu gesto é de amor, para onde vai leva no coração este amor. Caminha pelos verdes campos, sobe montanhas e lá do alto fala do seu encontro com a divindade. Viu a luz brilha na escuridão, o dia que encontrou o amor. Viu o sol nascer quando foi tocado pela esperança e compreendeu que além da matéria existe o amor que transcende a todos os prazeres. Este corpo é capaz de compreender, que existe outra vida além e assim, morrer não é o fim, porque viver é renascer para o amor. Então, tudo retorna ao templo sagrado do corpo que ama. O gênio do amor, que este seja nosso destino: amar, viver e começar cada dia juntos. Porque dois amantes felizes não têm fim nem morte, nascem e morrem tantas vezes enquanto vivem. Contudo, na alegoria platônica que ilustra os dias atuais, o cocheiro (inteligência) perdeu o controle do seu carro. O corpo caminha sem destino em uma fauna de prazeres, enquanto a razão despenca pelo penhasco das rochas frias.  

20 de maio de 2015

DISCUTIR A VIDA À LUZ DA FILOSOFIA

Só escrevo por uma razão muito simples. Escrevo para compreender alguma coisa do mundo e da vida. Escrevo como se tivesse uma necessidade de explicar porque a nossa sociedade se encontra tão enferma. Talvez por ser educador, não posso fazer nada que venha a envergonhar a criança que já fui um dia. As palavras contidas nos meus escritos estão sempre ali à espera de uma voz que as ressuscitem, que as despertem. As palavras estão nos textos para ser acordadas e melhor utilizadas. É a minha consciência que determina o meu ser social. Sou movido por uma força sobrenatural, que me arrasta para um abismo de compaixão por aqueles, assim como eu também tem sentimentos. Existem pessoas andando por aí sem rumo, falando de morte, desespero, dor e sofrimento. Portanto, somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos. Sem memória não existimos. Sem responsabilidade talvez não mereçamos existir. Porém, dentro de nós há uma coisa que não tem nome e essa coisa é o que somos.

No entanto, escrevi um livro de crônicas filosóficas, já tenho outro pronto sobre o amor, pois acredito que só o amor faz as pessoas evoluírem espiritualmente. A capacidade de sentir amor faz a pessoa melhorar como ser humano. E estou escrevendo o terceiro livro que é um romance filosófico: “O Homem sem Identidade”. Tenho como premissa maior, levar os meus leitores a um pensar diferente. Um pensar mais otimista e libertador. No entanto, a minha relação com os leitores são de estima literária. Mas, também tenho razão de sobra para pensar, que pode ser uma relação de estima pessoal. Gosto de gente e gosto de olhar nos olhos das pessoas. Isto implica de certa forma uma enorme responsabilidade de nunca decepcioná-los. Quando encontro alguém que leu o meu livro ou continua lendo o meu Blog, ao olhar para essa pessoa, sinto uma emoção que não pode ser traduzida em palavras. Neste momento digo a mim mesmo. Faça alguma coisa que sirva para alguma coisa, que seja útil para alguém. É por isso que escrevo.

A gênese da filosofia é antes de tudo discutir a vida. É através da leitura que vamos encontrar o prazer na arte de pensar diferente. Um pensar á luz da filosofia. A filosofia que estuda a significação mais profunda da existência humana e aborda a problemática do conhecimento humano em geral. No entanto, a literatura filosófica tem como ponto de partida a realidade. O que é realidade? Numa sociedade de consumo como a nossa, pensa-se cada vez menos, pois a voz do consumismo é a mídia, em particular a televisiva, que com frequência nos convida a não pensar. Vivemos uma sociedade enferma, marcada pela indiferença de alguns políticos sociopatas. Penso que falta filosofia para nossa sociedade atual. Falta-nos mais reflexão, trabalhar mais o pensamento crítico. Porque sem ideias não vamos à parte alguma, não aprendemos, não crescemos como pessoa humana e muito menos produziremos um projeto de vida feliz. Vivemos inseguros e ameaçados pelo mal estar da civilização moderna. Criamos e nutrimos esses sociopatas. Contudo, não passamos de um estereótipo de formigas, escravizados e manipulados por uma ideologia de gafanhotos políticos – com todo o respeito que tenho pelos gafanhotos - (ver filme “Vida de Inseto”).

Segundo o filósofo grego Platão (427-347), considerado um dos pilares do pensamento ocidental. A sua maior contribuição na filosofia nos foi apresentado no texto “O Mito da Caverna”. Ele argumentava que uma grande parcela da humanidade se encontrava prisioneira da caverna. Isto foi dito a mais de 23 séculos. Platão criou essa alegoria da caverna, para explicar a evolução do processo do conhecimento, que mostra pessoas presas, acorrentadas olhando em frente para uma parede e vendo sombras e acreditando que isto seja a realidade. Hoje entendo o que Platão queria nos ensinar. Nunca vivemos tanto na caverna como estamos vivendo hoje. As próprias imagens que nos mostram a realidade são apresentadas de tal maneira, que substituem a própria realidade. Vivemos num mundo de imagem, audiovisual, com as pessoas aprisionadas e alienadas como na caverna. Temos a nítida ilusão que isto seja à realidade.

Entretanto, a mídia contribui e muito para a construção desta caverna, aprisionando e ofuscando a visão do povo. Porém, o espetáculo que o mundo nos oferece é de sofrimento, desigualdade e exclusão social. Sobretudo, sem nenhuma justificativa, sem nenhum sentido, mais com explicação. Podemos até explicar, mas, não justifica. Vivemos numa sociedade do capital, explorando e banalizando o erotismo e matando o amor romântico. A lógica da sociedade do capital é vender o sexo, utilizando da sensualidade como forma de sedução e, contudo, transformar o amor em mercadoria e as pessoas em lixo descartável. Uma sociedade enferma, vivendo numa total escassez de esperança.

No entanto, este tipo de sociedade despreza o amor fraterno inculcando na cabeça dos jovens ideias individualistas. Com grande apelo consumista e a negação das questões morais, sociais e ecológicas, parece que permanecemos numa espécie de ressaca ética. Ética para quem? É bom lembrar, que ética é um conjunto de valores e princípios que nós usamos para decidir as três grandes questões da vida que são: “quero, devo e posso”. Todos nós temos um princípio ético que é não pegar o que não nos pertence e, o nosso comportamento moral que vai determinar se pego ou não aquilo que não é meu. A moral nossa de cada dia está sofrendo de glaucoma. No entanto, o escritor José Saramago (1922-2010) no seu livro: “O Ensaio Sobre a Cegueira”, retrata bem esta questão da cegueira. Será que é preciso cegar todos para que enxerguemos o mal que estamos fazendo um ao outro. Estamos todos cegos, cegos das nossas leis, cegos da razão, cegos da sensibilidade, cegos do nosso egoísmo, cegos da nossa crueldade e violência. Todos estão enclausurados na caverna da indiferença, da insensibilidade e da incapacidade de ver e enxergar o seu semelhante.

Andamos pelas ruas parecendo cadáveres ambulantes, meio embotado, mergulhados num sonambulismo incomensurável. Basicamente vivemos uma vida automatizada sem a menor consciência de quem somos. Com a velocidade da era da informática e do mundo virtual, a ciência e a técnica se constituíram na glória e na miséria humana do presente século. Pensamento totalizado, ou seja, somos levados a um pensamento único e uniforme, que é o da globalização econômica, que substitui o pensar crítico. Na verdade, crescemos muito em tecnologia nos últimos anos e atrofiamos espiritualmente. Vivemos a era da mecanização dos homens e a espiritualização das máquinas. Atualmente é a máquina que dita às regras do jogo e determina o pensamento do homem. Por outro lado, a nossa educação está engessada. As escolas na sua maioria nos oferecem propostas simples para um mundo complexo, o politicamente correto. Nossas crianças estão ficando mais tempo em frente do computador, o que significa, sobretudo, colonizar os pobres inocentes.

Há uma intolerância na sociedade, acompanhado de um cinismo e indiferença, frente ao momento pelo qual estamos passando. Estamos sofrendo uma lenta mudança no modo de viver, na entanto, deveríamos despertar alguma reação ou medidas preventivas. Mas, aceitamos as condições de vida decadente com uma serenidade franciscana, esperando que a solução venha do céu. O escritor suíço Oliver Cler (1961), escreveu uma fábula contando a estória da rã que não sabia que estava sendo cozida. Na verdade, não é bem uma anedota, porque põem em evidência as funestas consequências da não consciência das mudanças, sociais e ecológicas, que poderá afetar a nossa saúde, as relações afetivas e consequentemente trará danos maiores para todo o planeta. O texto de Oliver Cler, nos alerta para os cuidados, quando uma mudança acontece de modo lento e passivo, pois escapa da nossa consciência sem que desperte alguma reação. Estamos nos acostumando a tudo e o mais grave, achando isto normal e continuamos a viver como se não houvesse amanhã, completamente alienados e indiferentes ao momento mecanicista.

Falta-nos consciência do existir e significado de uma vivência digna. Como argumenta a escritora e educadora Adélia Prado (1935): “não quero faca e nem queijo, quero é fome”. Este silogismo é de um princípio pedagógico fantástico, porque põe em evidência a nossa educação. O leitor pode estar se perguntando o que a educação tem a ver com essa frase. Pois, tem tudo a ver. Se tiver faca e queijo, e não tiver fome, ninguém come. Agora, se quiser comer queijo e não tiver faca e nem queijo, damos um jeito e arrumamos o queijo. Contudo, conclui-se que a educação é faca e o queijo que está sendo oferecido. Aproveitando a metáfora, cabe ao professor despertar no aluno o apetite. No entanto, o escritor Prêmio Nobel de Literatura José Saramago, nos coloca diante de um enigma: “Há venenos tão lento que quando vem a fazer efeito já nem nos lembramos de sua origem”. Nesta mesma linha de raciocínio, cito outro grande escritor francês renascentista do século XVI François Rabelais (1494-1553), escreveu esta frase: “Conheço muitos que não puderam quando deviam, porque não quiseram quando podiam”. Tem coisas na vida que é melhor começar cedo, antes que seja tarde.

Portanto, encerro esta reflexão à luz da filosofia, com uma mensagem de otimismo e esperança, proferida por um pastor protestante e ativista político estadunidense. Tornou-se um dos mais importantes líderes mundial do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos e no mundo, com a campanha da não violência e de amor ao próximo. Por esse seu trabalho em prol da paz, no dia 14 de outubro de 1964, ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz, pelo combate à desigualdade racial através da não violência. Por capricho do destino, ele morreu assassinado faltando alguns meses para completar dois anos do prêmio máximo pela paz, exatamente, no dia 04 de abril de 1968 nos Estados Unidos. Estou falando de Martin Luther King, que deixou essa frase lapidar gravada a fogo e a ferro, no coração de todos os brancos e negros estadunidense: “Não somos o que deveríamos ser; não somos o que queríamos ser; não somos o que iremos ser. Mas, graças a Deus; não somos o que éramos”.       

15 de maio de 2015

NAVEGAR E PESQUISAR É SÓ CLICAR

Gosto de brincar com as palavras, fazer esse trocadilho, ainda mais com o advento da internet, isto torna a produção literária mais atraente e divertida. Tendo em vista, que a tecnologia e a internet tem contribuído muito para que o conhecimento não fique somente guardado nas estantes das bibliotecas. Por outro lado, esse saber à nossa disposição não terá utilidade se não soubermos como acessá-lo. Desenvolver as habilidades de pesquisa nos alunos é um dos grandes desafios do professor, atualmente.

A internet tem mudado bastante a forma como nos relacionamos com o conhecimento, principalmente, no âmbito escolar. O professor deixou de ser visto como o centro do saber para ser aquele que articula os saberes, fazendo com que o aluno relacione fatos e consiga construir sua opinião através do senso crítico. O educador deve ser aquele que está disposto a ajudar o aluno a trabalhar em grupo e a construir seus próprios conhecimentos. Segundo o pesquisador, biólogo e psicólogo Jean Piaget (1896-1980), só conseguirá dizer e passar com simplicidade e clareza uma ideia, quem entendeu suficientemente bem essa ideia.

Diante dessa nova realidade, faz-se cada vez mais necessário a busca por capacitação e aperfeiçoamentos para que nos apropriemos cada vez mais do mundo digital e, consequentemente, para que o aprendizado através dessa ferramenta tecnológica de informação e comunicação seja efetivo e traga bons resultados para o âmbito escolar. A conexão com os acontecimentos contribui muito para o aprendizado, pois através de um simples clique podemos saber o que acontece no mundo, isso tudo em fração de segundos.

Entretanto, a internet é um vasto mundo, tem tanto conteúdo bons como ruins. Este mundo virtual tem muito de perigoso e nefasto para os jovens. E ainda tem alguns pais irresponsáveis que largam seus filhos o dia todo na internet. Isto só acontece porque os responsáveis por essas crianças e jovens, nutri a falsa crença de que só por estar em casa, fechado no seu quarto enfrente a um computador, os filhos estão seguros e protegido. Na verdade, é uma ideia equivocada dos pais. Contudo, os estudos vão ficando de lado. Não percebem que estão matando a capacidade de pensar e a criatividade dos seus filhos, largando tanto tempo assim na Web. Penso que se os professores, alunos e os pais não se ajudarem, poderão se perder diante de tantas informações, pois ainda não estamos acostumados ao tipo de leitura que é feito em meios digitais. Nos livros a leitura é linear, ou seja, viramos as páginas em sequência e lemos. Dificilmente conseguiremos entender a história se pularmos alguns capítulos, porque há uma ligação entre as partes.

Com a internet é bem diferente. Estamos em um site e, durante a leitura, há um link. Se clicarmos nesse link, vamos parar em outro site, que pode não ter nada a ver com aquele texto inicial. É a chamada leitura não linear ou, como argumenta o filósofo francês, pesquisador da cultura virtual contemporânea Pierre Lévy (1956): “é um texto caleidoscópico (caleidoscópico é um aparelho óptico formado por um pequeno tubo de cartão ou de metal, com pequenos fragmentos de vidro colorido, que através do reflexo da luz exterior em pequenos espelhos inclinados, apresentam, a cada movimento, combinações variadas e agradáveis de efeito visual), móvel, que gira e se desdobra à nossa frente. Esse texto em que se agregam conjuntos de informação na forma de imagens, palavras ou sons, cujo acesso se da por links, é conhecido como hipertexto” (hipertexto é uma base de dados ou documentos informativos através de links, para facilitar a pesquisa). Trabalhar com esse formato, hoje em dia é fundamental na formação do aluno pesquisador.

Por outro lado, critica-se que os jovens passam muito tempo na internet jogando ou interagindo em redes sociais, que é verdade. Realmente é muito preocupante. Entretanto, o interesse pela pesquisa e pelo conhecimento precisa ser estimulado nos alunos. A escola é uma das responsáveis pela formação do indivíduo, portanto, é nela que deveria estar o maior estímulo para que o estudante busque aprender. O aluno não considera que a internet é um vasto mundo de informações, no qual ele pode conhecer e aprender de tudo. A maioria das crianças e jovens considera apenas o lazer que essa Web pode propiciar, muitas vezes por não saber como lidar com a grande quantidade de informações. Cabe ao professor contribuir com a mudança de tal mentalidade, propiciando atividades de pesquisa que possibilitem a descoberta do mundo digital, para o aprendizado desses jovens.

Se os jovens gostam tanto de ficar no Facebook ou nas salas de bate papo, podemos orientar e provocá-los a desenvolver atividades diferentes, mostrando outra forma de navegar por essas redes. Despertar nos jovens o gosto pela pesquisa, descobrir sites e blogs interessantes ou criar fóruns de discussões, são algumas ideias que os professores podem trabalhar em sala de aula. Já que os alunos são tão fissurados no mundo virtual, por que não despertá-los para o aprendizado através dessa ferramenta? Por conseguinte, é possível entrar em contato com pessoas de todo o mundo. Se há uma língua estrangeira na escola, pode-se ter uma interação com escolas de outros países, para que os estudantes conversem em inglês ou espanhol. Sendo assim, até o e-mail também pode ser utilizado para os contatos com outras culturas.

Portanto, tenho conhecimento de algumas escolas no estado de São Paulo, que desenvolvem projetos juntamente com professor de Espanhol e Inglês, em parceria com escolas de outros países. A comunicação acontece via e-mail. Contudo, ganha os alunos e a escola, e é muito importante para a formação dos alunos, sobretudo, pelo fato do professor ser o especialista e mediador que possibilita essa atividade intelectual. Se mostrarmos o outro lado destes sites e programas que os estudantes venham a conhecer e a gostar, eles sairão da escola com outra postura, entendendo o computador como uma ferramenta não só de lazer, mas também de aprendizado e pesquisa. Terão mais vontade de buscar o conhecimento que está a um clique de distância. Então conclui-se, que navegar e pesquisar é só clicar.  

10 de maio de 2015

AMOR DE MÃE É PARA SEMPRE

Sempre ouvia a minha saudosa mãezinha Dona Lazinha (1904-2010) dizer que: “dinheiro não traz felicidade e muito menos compra amor”. Não entendia muito bem os motivos de tal proposição. Como filosofá da vida e inteligente que era, hoje guardo na minha memória, os seus ensinamentos. Aprendi com ela que o amor é um sentimento espontâneo. Amamos e somos amados. Mas quando esse amor nos falta à vida fica vazia, nossos objetivos se tornam vagos e sombrios. Então vem a fuga.

Uns a encontram na bebida, outros no jogo e alguns no trabalho. O trabalho é abraçado com desespero, quase como um suicídio, sem horário, sem método, sem tempo para distrações, para passeios. O trabalho passa então a ser obsessão! Tudo na esperança de substituir o amor que perdeu e na ilusão de que o dinheiro irá aliviar a sua dor. Aí vem o stress, o cansaço físico e mental. Uma vida só de obrigações produz doenças e sofrimentos.

A vida sem amor se torna difícil. O caminho se torna árido, sem flores, sem pássaros, sem nada! Mas jamais aquele que sente a falta de amor, carinho e afeto devem desanimar! A cada dia a vida da uma guinada e nos traz surpresas inacreditáveis. Milagres acontecem todos os dias. Ser mãe já é um milagre da vida.

O amor é a coisa mais importante na vida do ser humano. E a mãe é o maior exemplo de amor. Com ela aprendemos que devemos amar e ser amados intensamente. É a base, o alicerce da família, do relacionamento humano. É o tempero de tudo, é a alavanca que remove obstáculos e derruba barreiras. Como dizia a minha mãe: dinheiro algum deste mundo pode comprá-lo. Claro que amores fingidos e hipócritas são facilmente adquiridos. Mas aquele puro, ideal, terno e verdadeiro jamais poderá ser avaliado em cifrões.

Portanto, com a mãe aprendemos as maiores lições sobre o amor de verdade. O amor sincero é incondicional, nada quer em troca. Por isso se torna cada vez mais raro. Ele enriquece a vida, a ilumina e enche de alegria. Com amor pintamos um quadro com cores suaves e doces. Nele está à essência de tudo, a essência da vida. Por isso Santo Agostinho (354-430) disse: “Ame e faça o que quiser”. Certamente ele se inspirou em sua mãe Santa Mônica, que era uma cristã devota. Como todas as mães amam seus filhos pelo simples fato, de vir ao mundo para amar incondicionalmente. Por ser ela o símbolo do amor, todas as mães amam e lambem suas crias, até o fim da vida como um filhote que não cresce.

7 de maio de 2015

A LEITURA COMEÇA EM CASA

A leitura no mundo moderno é a habilidade intelectual mais importante a ser desenvolvida e cultivada por qualquer pessoa de qualquer idade. Os jovens que não tiveram a oportunidade de descobrir os encantos e os poderes da leitura terão mais dificuldades para realizar seus projetos de vida do que aqueles que escolheram a leitura como companhia. Apesar dos atrativos atuais trazido pelas novas tecnologias, hoje há um número expressivo de jovens que leem porque gostam e ao mesmo tempo são usuários da internet. Aqueles que são leitores têm muito mais chances de usufruir do vasto conteúdo da internet, do que aqueles que não têm contato com a leitura de livros, jornais e revistas. Contudo, é a leitura literária (contos, crônicas e narrativas), que alimenta a imaginação, a fantasia, criando as condições necessárias para pensar um projeto de vida com mais conhecimento sobre o mundo, sobre as coisas e sobre si mesmo.

A família é decisiva para incentivar a leitura. Além do exercício intelectual partilhado, a leitura entre pais, filhos, irmãos, tios e avós agrega o componente afetivo de maneira muito forte, fortalecendo o ato de ler. Hoje compreendo que ler junto com os filhos é dar afeto também. Nas famílias com poder aquisitivo para comprar livros e que já estejam motivadas para ler com os seus filhos e conversar com eles sobre os livros, essa tarefa é mais fácil. Eles sabem o quanto esse ato é importante para a educação dos filhos e para fortalecer os laços de amizade na família. Difícil é para as famílias de baixa renda, que não podem comprar livros e que muitas vezes não são elas mesmas leitoras. Nesses casos, temos conhecimento de ocorrências no sentido inverso que são emocionantes. Os filhos de pais analfabetos levam a leitura para seus pais que, orgulhosos e curiosos, partilham o ato de ler como um bem precioso. Mesmo sem serem leitores, eles sabem que isso vai proporcionar uma vida melhor do que a que tiveram para seus filhos.

No entanto, o analfabeto percebe melhor do que ninguém, o que é estar excluído do mundo à sua volta por não saber ler e interpretar com independência. Por isso, ele quer para seus filhos a condição de letrados. É obrigação de todos nós, que temos o privilégio de sermos leitores, enfrentarmos os entraves criados por uma sociedade brasileira elitista e conservadora para que todos tenham a oportunidade de trilhar o caminho da leitura e decidir, por eles mesmos, se querem continuar nele ou não. Vejo isto como uma decisão pessoal de cada um desde que as condições sejam dadas e garantidas pelos governos com bibliotecas escolares, públicas e professores, em conjunto com bibliotecários formadores de jovens leitores.

O acesso aos livros aumentou, principalmente nos últimos 20 anos. Os programas dos governos de compra de livros de literatura para as escolas do ensino fundamental e médio mudaram o cenário literário. Atualmente, a grande maioria das escolas públicas brasileiras tem um acervo de livros de literatura de qualidade para uso de seus professores e alunos. Mas, para que essa conquista resulte efetivamente em mais leitores, tem que estar integrada com outras ações dos governos e da sociedade em que a leitura seja considerada um bem cultural desejado e valioso. Quero dizer com isso que, por exemplo, a formação dos professores do ensino fundamental e do ensino médio deve ter o seu eixo principal na leitura e na escrita. Somente com professores que sejam leitores, será possível exigir dos alunos que eles leiam, interpretem e escrevam com fluência.

Por outro lado, as escolas devem incentivar projetos para criação de bibliotecas, começando com pequenos acervos. Abri-la todos os dias e todos os horários e orientar os professores para que a usem como fonte de referência para seus planejamentos e para suas leituras, além de ser local de visita livre, e também obrigatória, por parte dos alunos. O projeto pode contemplar grupos de leitura livre para os professores e grupos de estudo na biblioteca. Ela deve estar aberta às famílias que deverão ser convidadas a participar de suas atividades e mesmo contribuir, como voluntárias, para a sua organização. Organizar feiras de livros e convidar escritores será eficiente, se a leitura fizer parte central do projeto da escola e a biblioteca for o seu cérebro de onde emanam as ideias, os questionamentos e os projetos, assim como também, um lugar para simplesmente desfrutar da boa leitura como lazer.

Portanto, faço parte daquele grupo de educadores, que acha que as novas tecnologias como a internet não tiram, nem vão tirar o prazer de ler um livro de literatura. Se alguém sentir a mesma emoção ao ler um texto literário na tela do computador, que uma pessoa sente lendo no livro, e se isto possibilitar que ambos pensem sobre o que leram e possam trocar suas opiniões, sentimentos e ideias, é o que importa. Essa é a função integradora da literatura. A escrita literária faz-nos olhar as palavras de maneira única e especial, e mobiliza-nos para, ao mesmo tempo em que nos deliciamos com elas, possamos viver uma história que nos leva a entrar pela página adentro, ou pela tela do computador, levados pelo fascínio dessa construção artística que poucos dominam. Contudo, acredito firmemente que todo bom professor é um bom leitor e vice-versa. Considero um bom leitor aquele que tem na literatura o seu alicerce principal que é o que abre as portas e consolida. Formar professores leitores é dar condições para que eles tomem a leitura literária como parte das suas vidas. Sem desfrutar dessa leitura, dificilmente o professor contribuirá para que seus alunos sejam leitores. 

UMA HISTÓRIA DE AMOR QUE SÓ O TEMPO ENTENDE

Vou dividir com você essa História de Amor, porque ela tem muito do que vivi nesses últimos anos e mais precisamente nos últimos meses. Até ...