29 de janeiro de 2014

O PROFESSOR REFÉM

Os estudos comprovam a cada ano através do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que mais de um milhão de jovens, com idade entre 12 e 17 anos, não sabem ler e nem escrever. Conseqüentemente esse agravante tem como base às leis que asseguram, através da Constituição Federal, o direito a todos os cidadãos ao estudo, mas estas leis não são capazes de garantir uma política educacional eficiente, com escola de qualidade para qual o jovem se sinta atraído.

Os indicadores são mais que suficiente para mostrar o descaso pela educação no país. A desvalorização ética e a falta de respeito para com o professor. Principalmente, o descaso do estado em relação ao salário e condições de trabalho desses profissionais. Temos acumulado reproduções de modelos, e os mesmos nos têm afastado, historicamente da realidade, anulando potencialmente o desenvolvimento da capacidade de criar dos nossos jovens.

É importante que os professores entendam os desafios da educação, que não são os mesmos dos governos, que visam à manutenção do poder. Em vez de ficarem discutindo com a direção da escola sobre a disciplina dos alunos, os quais pouco se preocupam com os educadores. A categoria precisa ser mais unida e não participar do intento governamental. Na verdade, ele espera o professor vacilar para colocar a sociedade contra esse pobre profissional. Conforme já aconteceu em anos anteriores. Muitos professores bons hoje estão trabalhando em outras áreas do saber, por não ser valorizado na educação.  

Tornou-se comum caso de desrespeito contra o professor e a educação. Para ilustrar essa afirmação, em Belo Horizonte um estudante processa a escola e o professor por tirar notas baixas, alegando danos morais. Segundo o aluno, passou a noite estudando, portanto, não achou correto o professor ter dado uma nota baixa. Razões essa que culminou num processo administrativo contra o seu mestre. Em nenhum momento questionou-se o conhecimento desse aluno. Parece haver uma inversão de valores. Uma lógica perversa por trás dessa violência e desrespeito, que vem assolando os profissionais da educação.      

O professor precisa compreender e romper com essa falsa lógica. Rejeitar a cultura da descrença e construí-la dentro de si, como uma ação política, de crença e esperança. Perceber que o pensamento cada vez mais está sendo dispensado pela classe dominada, e sendo assimilado pela classe dominante. O maior exemplo desse fato é o sistema educacional brasileiro. O indivíduo que pensa diferente, questiona e duvida, diverge de determinações pré-estabelecidas e optam pela informação. Torna-se, portanto, um sujeito consciente, muito perigoso para quem detém o poder.

Há uma necessidade urgente de mudanças no ensino brasileiro. Discute-se frequentemente a respeito do processo educativo.  Há aqueles que defendem os alunos, outros tantos o educador. Ainda existem aqueles favoráveis ao conteúdo. Acredita-se que no centro do processo educativo esteja um projeto social. A sociedade brasileira nesse sentido torna-se democrática e cidadã, fundamentada na igualdade entre os indivíduos e na formação ética pautada no respeito. Conforme o filósofo francês, Jean Jacques Rousseau (1712-1778), analisou as razões das desigualdades sociais. Segundo ele, o ser humano é naturalmente bom, mas ao conviver em sociedade se corrompe, gerando desigualdade, escravidão e a tirania.

Por outro lado, o Ministério da Educação é quase que exclusivamente, uma obrigação com a instrução e muito pouco de educação. Nem o governo nem a igreja tratam seriamente a questão da educação, no sentido verdadeiro da palavra, educar e formar cidadãos. O governo interessa-se pela instrução técnica e a igreja limita-se à simples moralização. No entanto, não se observa avanço em nenhum dos seguimentos. A instrução e a moralização tornam o homem realmente melhor. Mas, não educa.

Segundo o filósofo e educador Humberto Rohden (1893-1981), argumenta no seu livro “Educação do Homem Integral” instrução torna o homem erudito, meio robotizado, só serve para si mesmo. A moralização torna o ser humano altruísta. A erudição e o altruísmo não são ensino verdadeiro. Pois, não passam de condicionamento psíquico. Altruísmo é uma forma de egoísmo sublimado, aquele que espera recompensa após a morte. A erudição torna o homem técnico e conteudista. O homem realmente educado é bom, ele não espera recompensa por ser bom, nem no presente e mesmo após a morte.

Portanto, o governo e a igreja tiveram sua culpa por omissão. Limitaram-se aos fatos, não se interessaram pelos valores. Estudos revelam sem valores, não há educação. Verdade, justiça, amor, respeito e honestidade são valores, criação da consciência crítica, e não simples descoberta da ciência, nem altruísmo moral. Albert Einstein (1879-1955), argumentava que “o homem de ciência, descobre os fatos da natureza, mas o homem de consciência realiza valores dentro de si mesmo”. Contudo, o professor continua refém.  

27 de janeiro de 2014

A MULHER DEUSA DO AMOR

A você, mulher consagrada à Deusa do Amor, pela sua forma de receber e dizer amor. Mulher que sorri sofrendo diante da dor. Carrega a vida em seu ventre. Mulher que se arruma todas as manhãs, para o início de uma nova jornada de trabalho. Sorri para a filha não se preocupar. Chora muitas vezes de alegria sem se poupar. É a pura emoção materna. Perdoa o imperdoável de forma terna. Perdoa infinitamente seus filhos. Brilha mais que o sol nascente. Carrega o mundo em sua placenta. Será que algo mais acrescenta, por tudo que a mulher representa?

Não sei se há palavras suficientes. Meu vocabulário é tão pobre. Curvo-me diante dos meus descendentes. Diante desta figura tão nobre. Ela não é só mãe, a mulher guerreira. Também domina seu homem de forma sorrateira. É namorada e amante carente. É gata que arranha sua presa indefesa. Fera ferida insaciável do amor presente. Suas formas sedutoras de estonteante beleza. A natureza é sábia. O que seria do planeta sem a mulher que o enfeita?  

O Sol de saudade morreria. A Lua triste haveria de se esconder. Nada, em lugar nenhum, sobreviveria. Mas por que pensar assim tão tristemente. Por você mulher, daria a minha vida. Lutaria até a morte bravamente. E diante dessa emoção incontida, quero dizer ao mundo solenemente que te entrego meu palpitante coração, minha alma e meu espírito contente. De uma singela e pura paixão, com lágrimas que deslizam em meu rosto, encho o peito, aos quatro cantos, clamando. Que ouça quem lhe aprouver. Obrigado, meu Deus, por existir a mulher. É através dela que chegamos ao mundo dos mortais.

Portanto, amo você mulher e mãe protetora! Amo você mulher e amiga abençoada! Amo você mulher, esposa, namorada e amante sedutora! Amo você mulher e filha amada! Em especial, amo você mulher!

22 de janeiro de 2014

CORPO: INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO

O corpo humano é o maior patrimônio que devemos cuidar e preservar. Através dele comunicamos nossos sentimentos e emoções. Ele realmente exerce uma grande influência em nossa relação com o mundo sensível e o mundo das ideias, como argumentava Platão (427-347 a.C.), nos seus diálogos sobre o conhecimento. O corpo é nosso cartão de visita, coloca em evidência a nossa estadia no mundo dos vivos e, dispensa apresentação pela sua genialidade na organização dos pensamentos e ações na natureza. Contudo, essa complexa máquina humana, ainda é um mistério para muitos estudiosos da fisiologia humana. Afinal, no corpo tudo é manifestação de vida, são nossos anseios de vida por mais vida. Mas, que tipo de vida buscamos?

No entanto, se o corpo não falasse as palavras não teriam sentido. O psicanalista austríaco Wilhelm Reich (1897-1957), foi o primeiro que, frente ao silêncio do paciente, começou a observa-lo e então fez a descoberta do que era evidente. O corpo expressa sentimentos e emoções contidas, involuntariamente. Reich percebeu que o modo de estar em silêncio da pessoa, podia significar tanto quanto uma declaração verbal. A diferença essencial entre Freud e Reich. É que Freud apenas limitava-se a ouvir e interpretar a comunicação verbal dos seus pacientes, ao passo que Reich, passou a ver e a interpretar a comunicação não verbal mostrada pelo corpo.

Todavia, as pessoas têm bem pouca familiaridade com seu aspecto exterior, com suas faces, gestos e atitudes corporais. Estranham demais suas aparências ao se verem gravadas em vídeo. Isto é, elas não sabem o que exprimem ou manifestam facial e corporalmente, pouco percebem ou sabem de sua “Couraça Muscular do Caráter” noção central para Reich. A couraça é todo o esforço muscular que a pessoa faz, afim de não mostrar e disfarçar o que pretende, o que deseja ou o que sente. É um paradoxo. Só consegue disfarçar eficazmente para si mesma, porque ela não se vê. Na verdade, toda pessoa sabe o que está sentindo, mais não sabe o que está mostrando para os outros, que só a vê e observa. 

Por outro lado, o nosso corpo é um prodigioso laboratório transformador, que transmuta oxigênio, água, alimentos em vida. Sendo assim, para os que amam viver, o corpo não pode ser aquele talento que o imprudente enterra, como diz nos Evangelhos. Sendo o corpo nossa forma de presença no mundo, bem como o berço, no qual nascem todos os nossos conteúdos íntimos como emoção, crenças e conhecimentos. O corpo é pré-história da nossa vida interior, este parece ser para nós como o templo de todos os sentimentos, que precisa ser respeitado.

Entretanto, os exercícios físicos perdem o melhor do seu valor, quando se resumem a ter só finalidades orgânicas. Eles precisam ser uma procura de diálogo entre músculos e a interioridade mental, pois da mesma forma como é difícil um corpo se manter saudável, sob a ação de emoções desordenadas e agressivas, a mente também tem grande dificuldade de se equilibrar sob a influência de uma saúde corpórea mal tratada e carente. As pesquisas médicas em tribos indígenas, têm mostrado que os índios quase nunca sofrem de enfermidades, mesmos as mais comuns como: doenças intestinais, cardíacas, circulatórias, ósseas e principalmente de coluna. Isto quer dizer: ter vida sedentária é começar a morrer.

Movimentar de maneira consciente o corpo, é uma forma de meditação que aprofunda o ser humano em si mesmo, tendo em vista, que é ouvindo que encontramos o caminho para a nossa interioridade. Ouvir a voz do corpo que nos leva ao eu profundo. Porém, as praticas esportivas com consciência, desenvolve uma concepção de mundo e vida, que não se esgota nos limites do corpo. Sobretudo, quando se tem a consciência de que a energia vital maior que impulsiona a vida, é a da sexualidade. Como diz o filósofo e educador Régis de Morais (1940): “o amor pela vida, o gosto pela solidariedade, o cultivo de fortes amizades, o amor pelos pais; tudo isso é um abraço erótico que damos em nosso mundo, um abraço cheio de energia que vem do melhor de nós”.

Portanto, os limites da sexualidade são os limites do corpo. Tanto assim que a sexualidade começa em qualquer parte do corpo e não termina, vai de um lado para outro explorando sua totalidade. Faz de cada um de nós o que exatamente somos. A extensão do mundo em nosso corpo. Toda pessoa plenamente atuante sabe que esta magia é que da valor a vida, elimina o tédio e eleva a existência além do espaço e do tempo. Contudo, a morte quando nos achar, não pedirá um conceito, mas uma história.     

13 de janeiro de 2014

SEXO NÃO É SINONIMO DE AMOR

Muitas pessoas sentem forte atração sexual e confundem isso com amor. Elas ficam tão excitadas com seu objeto de prazer, tão ligadas a essa pessoa, que tem certeza de que isso é o que estava esperando. Para muitas pessoas o outro é tão perfeito em tudo, corresponde exatamente à imagem que elas fantasiaram durante anos. Acham que finalmente encontraram a pessoa certa para amá-la livremente para sempre. Ou pelo menos por um longo tempo. Na verdade, é a mesma coisa. Basta ter um belo corpo, ser sensual, másculo, excitante e forte. Acreditam que tudo isso é sinônimo de amor.

O sexo é um ato biológico natural excitante e nós vivemos numa época de grande liberdade e abertura sexual, os meios de comunicação estão aí para comprovar. Então, por que não? Porque sexo e amor são completamente distintos. Não fazem parte do mesmo impulso. Sexo é um fenômeno físico e o amor é um fenômeno espiritual. O físico, alimentamos e o espiritual, cultivamos. O amor não é uma moeda de trocas, não é uma mercadoria. Amor é uma relação espiritual, sexo é puramente contato físico e instintivo. Não há nenhuma razão particular, exceto que, embora a excitação seja poderosa e aliviá-la faça nos sentir-se bem, contudo, não é amor. Especialmente se o combinado é dar para receber, como se diz: “Te amarei e serei simpático se você me amar e for simpática comigo”. Papo de machão com feminista apaixonada.

Muito dessa confusão sobre amor e sexo provém da maneira esquisita que usamos para falar de sexo. Dizemos ao outro: “quero fazer amor com você”, como se tivéssemos o poder de criar e manipular o amor. Não podemos fazer amor, podemos apenas permutar o amor que já existe em cada um de nós. Também não podemos falar de amor livre, como se ele estivesse por aí para ser desfrutado. No sexo casual, não é o amor que é livre, mas sim o corpo de quem permite o desfrute.

A confusão entre sexo e amor também se origina da natureza da atividade. Para a psicóloga e educadora, Aline Purvinis Musolino, o calor e a proximidade do corpo do amante pode ativar a lembrança de estar junto ao seio da mãe ou nos braços protetor do pai. Frequentemente, no ato sexual, os parceiros exclamarão na sua paixão momentânea que se amam. O que eles amam é o momento que trouxe à memória o sentimento de união com a mãe ou de sentir-se próximo do pai. Isso supondo, é claro, que eles tiveram tal calor físico durante a infância. Algumas crianças, nunca sentiram o calor do seio da mãe ou a força protetora dos braços do pai. Sem essa importante experiência infantil de proximidade física, emocional e espiritual, é quase impossível sentir esse momento, quanto mais desfrutar dessa sexualidade adulta. Ou o amor adulto. Aqueles que não foram tratados com ternura quando crianças acham impossível expressar ou receber carinho quando adulto.

Entretanto, a reestimulação dos sentimentos infantis no ato sexual ajuda a explicar como os amantes podem ser tão apaixonados na cama e tão frios e pouco amorosos momentos depois. Os chamados ficantes. Não é que eles necessariamente não gostem um do outro, exceto pelo sexo. É mais exato dizer que a outra pessoa realmente não importa, já que ela busca no sexo apenas, um substituto da mãe ou do pai, além da necessidade biológica é claro. O fato é que essa pessoa quando criança, não aprendeu amar. Assim aprendemos a pensar que amor é sexo, ou seja, um corpo sensual que nos atrai e nada mais. Atualmente, parece que quem dita às normas da conduta sexual são as indústrias pornográficas. Aumentando a preocupação dos homens sobre o tamanho do pênis, porque afinal a indústria pornográfica sugere que quanto maior, melhor. As mulheres preocupadas em ter orgasmos múltiplos e, com isso, fingem orgasmo como nunca tiveram antes. Tudo isso introduzido e criado pelos meios de comunicação de massa. Infelizmente, isso traz um colorido fortemente acentuado de agressividade e desrespeito pelo ser humano.

Portanto, se tudo que sabemos fazer é simular o amor no sexo, estamos sujeitos a uma vida vazia, marcada pelo sofrimento e solidão. O sexo é apenas um contato físico pessoal em busca do prazer momentâneo, só no amor somos capazes de viver uma relação interpessoal e espiritual com o outro. O mais curioso é que as pessoas não percebem que num relacionamento, o mais importante é a descoberta desse amor, desse aconchego que lhe basta. Aqui o sexo é consequência e não a causa. As histórias que a maioria das pessoas associa com amor estão cheias de frustração, conflito e corrupção. Contudo, descobrir o amor é mergulhar na essência humana. 

9 de janeiro de 2014

GENEROSIDADE GERA AMOR

Inicio essa reflexão com uma frase do meu mestre, filósofo e educador Régis de Morais (1940): “o amor é um rico encontro humano cuja duração não se deve ser discutida”. Esse sentimento rico que se traz para uma união é posto sob o teste do convívio cotidiano e, aquelas pessoas que não puderam aprender a respeitar a plenitude do ser humano, podem provocar a implosão da substância do amor. No entanto, o amor pensado numa relação eu-tu, não está só no eu nem só no tu; está em sua maior parte no entre, está na arte que duas pessoas precisam conquistar de um relacionamento feito de compreensão e generosidade.

Entretanto, se alguém perguntar a quem está amando, por que ama aquela determinada pessoa a qual dedica seu sentimento, e a pessoa que estiver amando souber explicar por que, este pode ter certeza de que está vivendo uma ilusão. Não conhece o amor. Não se ama alguém por razões lógicas, por ser moreno ou claro, gordo ou magro. Simplesmente e de uma forma espantosa, olha-se para uma pessoa e se tem certeza de que vai precisar da companhia dela. A sua presença mexe com a mente, com o coração e com a sexualidade de quem a olhou. Entra em ação uma energia misteriosa que vem de regiões profundas do nosso eu cósmico, que nós mesmos não conhecemos. Quando se começa um relacionamento amoroso, experimenta-se uma certa sensação de medo e terror, como se forças desconhecidas e que escapam nosso controle nos ameaçassem.

Todavia, há perfeita razão para esse medo, pois, se o amor encontra condições favoráveis de enriquecimento, ele se cumpre de uma forma boa e que gradativamente nos conduz à autorrealização; mas, se ele encontra obstáculos e condições agressivas, pode encapelar-se em paixão doentia, levar a desesperos que apresentam até risco de conduzirem à autodestruição. É uma relação marcada pela insegurança.

Embora muito já se dissesse que é preciso saber aceitar as pessoas tal como elas são. Mas é preciso estar-se atento para que aceitar alguém como é não significa torna-se cúmplice dos seus vícios e fraquezas. Trata-se de compreender as razões pelas quais a fazem ser como é (possessivas, autoritárias, inseguras, etc.), nunca, porém deixando de convidá-la a examinar a possibilidade de corrigir seus defeitos. Isto exige muito equilíbrio, pois, pode-se cair no oposto de pensar que uma pessoa só é boa e está certa quando seu pensar e o seu agir batem cem por cento com o nosso. Quem garante que estamos certo?

Portanto, o amor é um sentimento singular e maravilhoso, que acontece entre os humanos, não entre anjos. O que é preciso é uma enorme vigilância para não se confundir liberação amorosa sexual com aceitação vulgar da condição de produto descartável. O amor transcende a todo entendimento racional, transcendendo, portanto tudo que dissemos. É o sentimento mais alto do ser humano e, como disse o poeta Vinícius de Moraes (1913-1980): “Que não seja imortal posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure”.

7 de janeiro de 2014

AMOR COMPARTILHADO

O amor não é apenas possível, ele é natural. Nós fomos criados para o amor e para amar. O amor não é somente uma palavra. Nada é mais real do que o amor; nada é mais doloroso do que a sua ausência. Para completar, o amor parece estar em todos os lugares a nossa volta. Nós vemos, ouvimos e lemos a respeito do amor, por todas as partes. Essa estimulação sutil ou explicita ajuda a criar em nós um intenso desejo de experimentar o amor. Nós queremos amar, e queremos ser amados, não adianta negar essa evidência inata no ser humano.

Entretanto, tudo isso serve para aumentar nossa frustração por não conseguir amor. Porque não é fácil encontrar um amor de verdade por ai ao gosto do consumidor. Tudo que está sendo dito e escrito sobre o amor e as relações humanas, realmente só vem confirmar sobre a necessidade de amor e as consequências de não alcançá-lo. Sabemos que precisamos amar a nós mesmos e aos outros de forma mais genuína. Qualquer pessoa que não esteja vivendo na caverna de Platão ou numa ilha deserta pode contar-lhe que, como diz na literatura e nas canções, o que o mundo mais precisa é de amor.

Se o amor é difícil de achar, não é por falta de procurar. As pessoas se esforçam, até se expõe sem limite para conseguir um tostãozinho desse amor. Uma maneira comum é tornar-se atraente, permanecer em lugares onde as pessoas se encontram, e esperar que sua cara metade apareça. Uma tática muito usada, mas de pouco efeito. Frequentemente as pessoas fazem isso enquanto se enganam, dizendo que o amor depende de achar a pessoa certa, com uma mistura atraente de boas qualidades e com o mínimo possível de más qualidades. Onde existe essa pessoa?

O amor não é barreira para nada. É um grande nivelador na pirâmide de poder e o grande libertador. Amando, você ama a pessoa que você é e pode dar esse amor aos outros. É possível reaprende a amar a si mesmo e aos outros, não importa o quanto você tenha sido não amoroso ou não amado. Pois a própria essência do seu ser é amor. Para compartilhar esse estado amoroso, primeiro você precisa ter bem claro o que é o amor, e o que ele não é. Muitas pessoas pensam que se dar a alguém é amar. Embora seja verdade que as pessoas amorosas se dão mais, o contrário não é necessariamente verdadeiro. Há uma grande diferença entre dar por dar e dar para receber algo em troca. Amor cobrado, sofrimento redobrado.

Portanto, o amor é um sentimento e um estado de ser, e vem da essência espiritual, dessa luz que há dentro de nós. Aprendemos a senti-lo vivendo-o por todo o nosso ser. Uma vez aprendido sobre o amor, é a experiência máxima do ser humano, e todos tem o direito de reivindicar essa experiência. Só precisamos revelar nossa essência indestrutível, dura como um diamante e delicada como a flor do pessegueiro, porque somos luz e queremos iluminar o outro. Somos na essência o amor compartilhado.

6 de janeiro de 2014

UMA LIÇÃO DE AMOR

Oi Zé, vamos prosear um pouco? Acompanho sua vida desde seu nascimento. Sei que foi abandonado pela mãe biológica, mas, ganhou uma mãe do coração. Amado Zé, estarei sempre com você, porque sou o caminho, a verdade e a vida em abundância. Vejo que anda muito triste ultimamente e compreendo os motivos da vossa tristeza. Vejo que estão lhe chamando de covarde, mentiroso e fracassado. Acham que você não tem sentimento, não é mesmo? Querido Zé, como você reagiria ao ver seus filhos maltratando quem você ama? Sabe Zé, também fui humilhado no caminho do Horto das Oliveira, por pessoas pelas quais derramei o meu sangue por amá-las. Senti uma angústia terrível naquele momento. Sei que muitas vezes você dormiu na rua, passou fome e não lhe deram de comer. Hoje quem diz te amar, parece que não lhe entende.

Querido Zé, infelizmente tem pessoa que acha que ama e, é incapaz de compreender a dor e o sofrimento do seu semelhante. Sabe Zé, às vezes querer dar sentido ou fazer sentido para algumas pessoas, talvez para estas não tenha sentido algum. Elas não têm a sabedoria para decifrar os enigmas que a vida lhe propõe. Quem pode dizer que conhece o amor? Como uma pessoa pode dizer que te ama se não confia em você? Essa pessoa não está lhe enxergando, há um entrave em seu olhar. Caro amigo Zé, muitas pessoas não compreendem a dimensão que pode atingir o amor, porque vivem e contemplam um amor negativo, infantil e primário. Ainda não aprenderam o sentido da compaixão, do olhar com o coração. 

Querido Zé, não se vive para ser feliz, vive-se para concretizar valores. A sexualidade é uma forma de amar e o prazer é decorrência disso. A felicidade acontece à medida que você ama e concretiza valores. E a compaixão deveria estar na raiz desses valores, mas, infelizmente não está. Compaixão não é apego. A compaixão que se assenta no apego não se sustenta no amor. Porque o amor está fora do tempo, está além, onde tudo é eterno, não tem começo e nem fim. Ele simplesmente existe, mas a pessoa não reconhece que foi tomada por esse sublime sentimento. Só se conhece o amor e a morte através do medo e da tristeza.

Estimado Zé, perdoar aqueles que querem o seu mal, é sinônimo de maturidade espiritual. O que mais os assusta é que eles reconhecem o seu valor. O destino une e separa pessoas, mas mesmo ele sendo tão forte, é incapaz de fazer com que esqueçamos pessoas que por algum momento nos fizeram felizes. Sei que está triste porque usaram de cinismo e subestimaram a sua inteligência. Na verdade, não te respeitaram. Mas perdoar é amar duas vezes. Pois, a mudança deve ocorrer de dentro para fora de cada um. É através de muita meditação, que vai fazer a pessoa olhar, ouvir e perceber com a alma a essência do mundo. É aqui que o amor se encontra encarnado. Na essência.

Portanto estimado Zé, reduzir a zero tudo o que é do ego humano e elevar cem por cento tudo que é do "eu divino", isto é realmente meditar. Nunca se esqueça, onde o homem fala, Deus se cala. Meditar é deixar Deus falar. O Pai celeste sabe da sua angústia e da sua necessidade, mesmo antes de pedir. Querido Zé, o Pai, eu e as pessoas que você ama, somos um só pensamento. Estamos numa conexão espiritual. Agora vou lhe deixar, mas, continuo ao seu lado. Você não sabe quem sou. Mas me conhece. Sou quem te inspirou para essa "lição de amor". Sou o "Jesus Cristo", aquele que deu a vida por voz e está sempre em vossa companhia, iluminando a sua inteligência e de todos que amam o meu "Pai". 

AS COISAS SÃO OS NOMES QUE LHE DAMOS

O que é que você está fazendo com a sua solidão? Quando você a lamenta, você está dizendo que gostaria de se livrar dela, que ela é um sofri...